Regina, filha de Dona Didi. |
Mamãe foi uma pessoa inesquecível, não só para seus filhos! Ela tinha um vocabulário próprio, hábitos cultivados ao longo de décadas, bastante tino comercial, muita disciplina, capacidade de trabalho invulgar, um coração de mãezona!
De vez em quando, repito as suas colocações e, até hoje, mais de seis anos após a sua grande viagem, ainda me respaldo nelas como verdades provindas do bom senso! Vivia dizendo que só teve boas empregadas antes de se tornar espírita... Quando passou a seguir o amor cristão, nunca mais teve qualquer auxiliar fiel, dedicada...
Sonia, Clelia, DIDI, Júnior e Regina, 1998. |
Usava muitos ditados populares! Repetia freqüentemente que não se devem dar pérolas aos porcos... Ou, quando a gente se espantava com as escolhas de alguém, ela afirmava: mais vale um gosto que um carro de abóboras...
Dona Didi conseguia ser coerente a maior parte das vezes, mas teimava em alguns pontos de maneira incoerente, não importava que fosse negando fatos comprovados! É o caso de não acreditar que o homem foi à lua em 69... Eu morria de vergonha quando ela expunha a sua opinião divergente de todo mundo!
Didi e netas Tarsila e Priscila. |
Dona Didi era capaz do amor doação, da verdadeira caridade como poucos, mas houve ocasiões em que brigou por um troco em moedas!
Sua energia era imbatível! Estava sempre fazendo algo! Sua casa era muito bem arrumada! Tudo nos seus devidos lugares! Ela cozinhava com amor, seus lanchinhos eram famosos, cuidava dos afazeres diários, da agenda do centro e da creche, lia, estudava, preparava palestras, administrava as contas, a família, alguns amigos mais próximos que constituíam a sua família espiritual...
Dona Didi e Otávio, um de seus netos favoritos, 1996. |
Seus filhos e seus netos eram as pessoas mais importantes do mundo e falava de cada um deles com orgulhosa admiração de sua prole! Tinha uma fé inabalável na espiritualidade maior e estava sempre orando e vigiando, em sintonia com seus mentores... Não fazia nada sem a orientação de seus guias!
Dona Didi e a neta Fábia, em 1996. |
Quando Dona Didi se afastou do centro, sofreu muito! Aquela instituição fazia parte de sua vida e nunca mais foi completamente feliz! Também perdeu seu segundo companheiro quase ao mesmo tempo daquele afastamento e ficou sem grande parte de seu estímulo de viver. Todavia, nunca deixou de nos alentar e dar-nos forças nos momentos mais difíceis da caminhada!