terça-feira, 29 de junho de 2010

Depoimento da Paulinha

Paula e Priscila Araújo, netas da Dona Didi.





Esta noite pude matar a imensa saudade que sinto da minha avó, acordei em êxtase! No sonho minha mãe me dizia que tinha uma surpresa, que eu fosse até o Trianon, prédio em que ela morava, na Rua 4, no centro da cidade).
Chegando lá dei de cara com ela, dona Didi! Eufórica, eu não parava de repetir que tinha milhões de coisas para contar a ela e sempre perguntando por onde ela andou todo esse tempo, ela me disse que tinha feito uma longa viagem e que conheceu lugares maravilhosos, aí veio a parte mais gostosa...
Eu deitei nos braços dela e comecei a contar tudo o que tinha acontecido nesse período em que ela esteve ausente, foi uma longa conversa, e a última coisa  de que me lembro é que eu chorava muito e dizia a ela que queria morrer antes dela, que ela nunca desaparecesse dessa maneira...
Quando acordei, fiquei feliz por ter matado a saudade, mas, ao mesmo tempo, vi que não passava de um sonho... Mas, fazer o quê???? Ficam as boas lembranças que tenho dela, da pessoa bondosa, amorosa, alegre que era... Te amo sempre, Dona Didi!!!
Sua neta,

Paula.

domingo, 27 de junho de 2010

DEPOIMENTO DA DIVINA SOBRE A DONA DIDI

Sobre a Dona Didi, só tenho boas lembranças. Nossa convivência foi sempre ótima e muitas vezes senti que ela me protegia desde a infância. Eu a conheci desde pequena quando ela arrumava a minha lancheira e a da Regina, sua filha, e colocava cachinhos de uvas para nós duas. Lembro-me de quando ela ia ao CEIC e nos deixava olhando as gêmeas pequenas. Depois quando ela voltava do centro, muito feliz, radiante e preparava um lanche, porque ia sem jantar.

Ela tinha duas moças que moravam em sua casa e a ajudavam com as gêmeas. Eram a Elza e a Bené. Elas freqüentavam a mesma escola que seus filhos, mas ajudavam na lide doméstica e sobretudo com as gêmeas que não eram de fácil condução.

Outra lembrança era sobre os seus passeios à tardinha quando ainda na Rua 6 esquina com a Rua 5, no centro da cidade. Seu José Araujo, já frágil, ladeado por ela passeava ao entardecer, ela toda dedicada e cuidadosa com seu vestido branco de piquê caseado. Também o quanto ela admirava seus filhos, o quanto os elogiava. Sempre preocupada com cada um, não interessando a idade. Prova é quando da separação da Regina ela foi até minha casa pedindo que eu lhe desse uma “pensãozinha”. Sempre me pareceu que ela era uma grande expectadora da vida sem a ela pertencer.

No centro sempre foi exemplo dentro do terreiro. Imperturbável, serena, confiante. Quando do meu primeiro atendimento ela me disse: não precisa acreditar, será feito e assim era. Tinha seus defeitos. Ela sempre os admitia e me dizia: “tenho muito a depurar”. Mas era toda compaixão com o sofrimento do outro. Não questionava, atendia. Esta sempre foi a imagem dela para mim: defeitos, sim, como qualquer um de nós, mas caridade e compaixão sempre.

Depoimento da Mariazinha sobre a Dona Didi


Conheci a Dona Didi em 1962, no CEIC, ainda no setor oeste, levada pela Dona Maria que freqüentava lá. Fui muito bem recebida pelo Sr. José Rosa, cambono. As reuniões aconteciam na terça, quinta e sábado. Pediram que eu levasse uma garrafinha de água para fluir e frenquentasse duas vezes por semana. Nunca mais deixei de freqüentar as terças e quintas.

A data em que vesti branco pela primeira vez coincidiu com a época em que Sr. José Rosa ia sair do centro e o senhor Dimas ia substituí-lo em suas funções de cambono. Foi difícil receber a ordem para vestir branco, freqüentei cerca de três anos até ter permissão para tal. Quando perguntava se podia vestir branco, ouvia a resposta do mentor da casa dizendo que ainda era cedo. Que eu teria uma missão a cumprir lá e estava sendo preparada para isso. Naquela noite fui chamada e autorizada a fazê-lo. A partir de então passei a ser a guardiã de nossa casa de oração (1965) e permaneci nessa função até fevereiro de 1997.



Eram médiuns da casa nessa época: Maria Lara, Benedita Pena, Elza Nazaré, Stela, Lúcia Verdussen, Dr. Arnaldo, Diula, Salvador, Bárbara, Abadio, Wilson Coelho, Nair Botelho e João Garcia, entre outros. Mais tarde os trabalhos passaram a ser realizados nas segundas, quartas e sextas feiras. Dª Agostinha, Benedita e Maria Máris vieram da Tenda do Caminho junto com Dª Didi.
No último domingo do mês havia a sessão do Cenáculo com a presença da presidente da Irradiação E. Cristã, Dª Maria Antonieta Alessandri. A psicografia era quinta à noite e eu freqüentava com a Dª Didi que era quem psicografava. Nossas atividades eram várias, junto com Dona Didi organizávamos rifas, jantares, almoços beneficentes; angariávamos fundos para as obras assistenciais e donativos para os pobres. Com o dinheiro arrecadado foi comprada uma chácara em Goianápolis onde pretendíamos construir um aprendizado agrícola. Depois o centro mudou para a Avenida Ricardo Paranhos, porque a sede da Rua 8 “A” estava pequena. Air e Sonia doaram o lote. Foi vendida a chácara e a antiga sede para a construção da atual sede.

Ramayara tinha reuniões esporádicas ao longo do ano. Era uma entidade especial, da linha do oriente.



Dr. Fritz dava receitas na primeira parte da quarta-feira e na segunda parte eram feitos tratamentos espirituais. Na última quarta do mês havia a reunião de materialização. Não havia substituto para Dª Didi nesta sessão, porque ela era a única médium preparada para esse tipo de efeito físico.


Dona Didi era especial. Sempre a respeitei muito, há pessoas em quem não consigo confiar, mas Dª Didi sempre me inspirou confiança como médium e como pessoa. Ela sempre me respeitou e foi muito bom trabalhar ao seu lado por tantas décadas. Um dia Dª Didi apareceu lá em casa obedecendo a ordens de Mãe Francisca. Eu estava muito chateada naquele momento. Outra vez o mentor me intuiu para que eu a procurasse e chegando lá ela me disse que já estava me esperando e inclusive preparava um bolo para mim.


O senhor José Araujo foi presidente do CEIC por vários anos e sempre assumiu apenas a parte material. Foi uma pessoa excelente, sério, responsável, honesto, admirado por todos que o conheceram. Ajudava muita gente. Faleceu em 67. A sede do primeiro centro foi construída com seus próprios recursos. Doente, freqüentou o centro enquanto conseguiu ir. Havia um colaborador, pai da Irmã Zuleika, - Dr. Célio. Ele costumava doar toda a sua aposentadoria para a manutenção da creche. Como eu tinha muitas obrigações como secretária do CEIC, além de guardiã, só ajudava a creche nos eventos.


Resumindo: Dª Didi nunca deixou de ir ao CEIC, nem por problemas de saúde em família. No dia 15 de junho, não permiti que ela fosse ao centro. Seu esposo por 30 anos havia desencarnado e ela pensava que não deveria faltar à sessão noturna. Para quem é espiritualista, deve lembrar que o Dr. Bezerra de Meneses contou que, uma vez, deixou um filho doente em casa, saiu escondido e ao voltar seu filho estava são. Assim agia a Dª Didi.