Adevaldes Pereira e Luciana Araujo |
Todos
os anos, na época em que se aproxima o Dia de Finados, muitas pessoas
questionam os espíritas, querendo saber se devem ou não ir ao
cemitério? O Espiritismo é uma doutrina educadora e libertária. Ela não
nos proíbe e nem exige nada de ninguém, apenas nos informa em relação as
leis da vida e seus mecanismos, para que, depois, cada um faz aquilo
que sua consciência permitir ou determinar.
Nesse
sentido, o Espiritismo esclarece-nos quanto aos aspectos mais profundos
do entendimento existencial. Considera com muita
propriedade que no
túmulo não é o lugar que os espíritos moram ou ficam. Dependendo da data
do sepultamento, às vezes, nem corpo existe mais ali.
Didi, Sonia, Air e Leonardo |
Sabemos
com nossa doutrina e com os posicionamentos dos Benfeitores
Espirituais, que os espíritos de nossos entes queridos e amigos, assim
como todos os demais espíritos, estão muito vivos e ficam, geralmente, à
nossa volta com os quais nos acotovelamos todos os momentos. Ninguém
morre. Deus não tem nenhum filho(a) morto(a). Todos vivem e se não estão
materializados conosco estão vivendo em algum lugar nesse imenso
Universo, que é a casa do Pai, onde, segundo Jesus, existem muitas
moradas.
Cabe
a nós espiritualistas, nos libertarmos dos atavismos firmados no
período do entendimento da fé cega e, agora, sabedores das verdades
espirituais novas, assimilarmos esses conhecimentos e criar novos
hábitos para exaltarmos a vida e não a morte das pessoas que amamos e
por elas somos amados.
Relógio na Av. Goiás |
Racionalmente,
chegamos a conclusão que o cemitério não é o melhor lugar para os
espíritos nos reencontrar e serem homenageados, sobretudo, se tiverem
recém-desencarnados. A aproximação deles junto do lugar onde estão os
seus despojos carnais ainda trarão a eles um desconforto e
constrangimento muito grande. Muitos nem suportam ficar ali por perto
por muito tempo.
Existe
uma maneira muito singela, amorosa, fraterna que podemos habituar a
fazer para que os espíritos familiares e amigos possam sentir lembrados e
homenageados por nós, não só em finados, mas todos os dias: uma prece
sincera em favor da harmonia, paz e de que estejam felizes ao lado da
família espiritual deles.
José e Geraldina Araujo, 1940 |
Podemos
também colocar em nossos lares e/ou local de seu antigo trabalho, um
recadinho do coração, uma flor perto de um porta retrato com a foto do
desencarnado. Assim sentirão lembrados, amados e fortalecidos por ver
que estamos exaltando a vida e não a morte.
Sempre
virão ao nosso encontro os espíritos dos nossos parentes e amigos
desencarnados? Não! Muitos deles, demoram para aproximar dos entes
queridos que ficaram na Terra, pois isso depende das condições
espirituais em que se encontram e das possibilidades de vir junto dos
familiares e amigos. Outros nem querem vir, pois muitas vezes nossos
sentimentos não são sinceros, e o Espírito não se interessa por essa
hipocrisia, eles veem muito mais pelo pensamento e sentimento puro.
Sabemos
que tudo o que se faz no cemitério, não passa em muitos casos de
demonstração de posses materiais. Seja para demonstrar para a sociedade
uma atitude de respeito, às vezes desprovida até de sinceridade.
Portanto,
todos são livres para fazer o que acham que devem, principalmente sendo
de coração aberto e sincero, numa legitima demonstração de amor.
Médiuns do CEIC, 2011 |
Então.
Que tal aprendermos a referendar os nossos mortos-vivos em nossa casa
recolhidos com a família e em prece proferida com sentimento? Aproveitar
a oportunidade de amor e carinho entre os que ainda estão encarnados
para mostrar a harmonia e a fraternidade dos descendentes que
possibilitam um sentimento mais elevado ao desencarnado.
Preciso
ainda lembrar que muitos espíritos que se encontram no Mundo Espiritual
não ligam a mínima para certos fatos que a nós encarnados enche de
orgulho, pois, muitos deles, estão acima das nossas conveniências e
ilusões terrenas.
Uma
pergunta para encerrar nossa reflexão. Quando você partir desse mundo,
onde você gostaria de ser lembrado e reencontrar com os seus amigos e
familiares, no cemitério ou em um lugar que só te inspira boas
lembranças?
Então vamos lembrar de nossas almas queridas, exaltando a vida e não a morte.
O autor deste texto - Ismael da Silva Santos - é da cidade Guaxupé, estado de Minas Gerais. De
berço espírita, aposentado em escola particular, ex-vereador de São
José do Rio Pardo - SP, é palestrante motivacional, capacitador de
cursos e treinamentos em Vendas, Oratória, Liderança, dentre outros. Como
expositor espírita atua há vinte e seis anos e tem dado expressivo
destaque no campo do relacionamento humano. Seus trabalhos tornaram-se
muito apreciados, pois são bem humorados, recheados de alegria e
exemplos práticos do cotidiano, motivando, desta forma, grandes
públicos a aproveitarem bem a existência física atual. É
autor de dois livros: Vencendo Dificuldades de Relacionamento e Um
Perfume Inesquecível (romance do Espírito Otília). Está lançando Coração
Mineiro – Uma Reencarnação em Busca da Humildade (também um romance do
Espírito Otília).