Cachorros filas criados na Creche. |
Preconiza o ditado popular que sempre existe um chinelo velho pronto para acolher um pé torto. Minha mãe gostava muito dos animais! Criava dois cachorros filas na creche e ao chegar lá, a cada manhã, tinha sempre um afago para eles ou alguma guloseima! Todavia, não gostava de animais dentro de casa, mesmo porque morava em apartamento.
Nos intervalos das aulas que eu ministrava em duas instituições em Goiânia, eu costumava visitar mamãe em seu apartamento no Edifício Trianon, na Rua Quatro. Como ele era bem central, ia ao banco pagar contas e, às vezes, esperar o horário de outra aula ou reunião, enquanto conversávamos e eu curtia a sua companhia, além de ser brindada com chá e biscoitos assados na hora.
Cão Fila. |
Didi e sua filha Sônia, em 2001. |
Mamãe naquele momento sofria deveras com o problema! Não sabia o que fazer com o presente e não o queria em sua casa! Disse-me que certamente se assustaria se acordasse no meio da noite e o tivesse no criadinho do quarto. Achava que ele era muito grande para outros ambientes do pequeno apartamento... O que devia fazer?! Sentia certo remorso, porque sabia que ele devia ter custado boa parcela do pequeno salário da boa servidora.
Eu ainda sorria quando lhe disse que ela tinha duas opções para não magoar a sua bem intencionada amiga! Podia colocá-lo perto de uma porta, no chão, onde alguém possivelmente fosse esbarrar e quebrá-lo incidentalmente... Ou, melhor, ela podia lembrar-se de alguém que gostaria de receber aquele presente.
Sua filha Regina, em 2010. |
Eu me prontifiquei a levá-la à casa da nova presenteada imediatamente! Colocamos o objeto no banco de trás do carro com todo o cuidado e nos dirigimos até a casa de sua amiga Maria das Dores!
E, realmente, como ela ficou feliz com o presente! Ela não o esperava e o achou lindo! Agradeceu emocionada e soubemos depois que ela tinha muito orgulho de seu cachorro e sempre se lembrava orgulhosamente de que havia sido um presente de sua querida Dona Didi.