sexta-feira, 21 de maio de 2010

Creche Casa do Caminho

Assim, começaram as obras para a construção da
Creche Casa do Caminho, no Jardim América.

A Creche Casa do Caminho foi inaugurada oficialmente em 1974, depois de muitas campanhas em prol de sua construção. O terreno foi doado por um casal de médiuns – João e Nair – e contou com a ajuda do atual presidente do CEIC – Air Gomes de Moura – então, genro de Dona Didi.

Sônia e Regina, filhas de Dona Didi, se responsabilizaram pela pintura dos berços, mesinhas e cadeirinhas, naquele espaço amplo, amorosamente decorado para receber as crianças selecionadas entre os filhos de mães pobres e trabalhadoras. Até hoje o horário de funcionamento da Creche é de 7h até as 17h, tempo em que as mães podem ganhar o sustento da família, confiantes de que seus filhos estão bem cuidados e orientados.

Dona Didi ocupou-se da direção da Creche por muitos anos. Era a sua primeira tarefa matutina. Estava lá toda a semana às 6h30 da manhã, porque gostava de receber cada criança, junto com a coordenadora da Creche.
Depois visitava a cozinha e estipulava o cardápio do dia, brincava com cada criança, sempre tinha uma palavra carinhosa, um gesto amoroso com as crianças e funcionárias. Gostava de disciplina e as crianças acostumavam com os horários e as atividades educativas planejadas.

Depoimento da filha Sônia

Mãe....mãezinha....supermãe!!!!

Quanta segurança voce me transmitia....com sua autoridade de "mama"...
Como gostava de ouvi-la cantar....vê-la dançar....
Vê-la rodeada de crianças, como várias vezes a vi....a mãe de todos!!
Cheguei a sentir inveja de todos que a tinham por perto, as vezes,
muito mais que eu podia ter naquele momento...

Mas, agradeço a Deus por ter sido sua filha, porque o que aprendi sobre a caridade,
o amor ao próximo, o desprendimento, sei que foi com você.
Obrigada por ter sido a mãe "perfeitamente imperfeita" para mim!!!
Sônia Cristina
Gyn, 20 de maio de 2010.

Depoimento da gêmea Maria Celina, uma das filhas caçulas

Cumpridora de seus deveres, como mãe, esposa, avó, amiga, médium e pessoa caridosa que sempre foi. Muito sincera e principalmente uma pessoa que sempre ajudou e acolheu não só os filhos, mas milhares de pessoas que passaram em sua vida. Como mulher foi exemplo de luta e prosperidade dentro do mundo em que viveu. Como mãe, a seu modo, conseguiu ultrapassar barreiras e obstáculos que a vida lhe deu ....É a lei da vida!!!!!! Foi alguém que soube aproveitar a vida mesmo que às vezes a duras penas. Trabalhou sempre, sofreu, chorou, sorriu, foi triste, mas também alegre. E nunca se deixava abater, isso era o que ela sempre nos repassava. E soube nos passar bastante experiência, como: o amor e a caridade. Sempre serei grata a ela por tudo que absorvi de seus exemplos. Bom! Parece que foi ontem, mas já se passaram cinco anos desde que ela partiu para outro plano, deixando um imenso vazio entre nós, mas tenho certeza, sinto que ela, onde quer que esteja, mantém uma ligação de amor e fraternidade com todos com quem se envolveu...

Maria Celina, uma das filhas caçulas (29.05.1961)

Depoimento da filha Regina Lúcia sobre a Dona Didi

Regina Lúcia, 2002.
Falar sobre a mamãe? Tema infinito... Mas puxo alguns fatos das lembranças ligadas à sua missão espiritual...
Lembro-me de quando meu pai começou a frequentar a Tenda do Caminho, convicto, trabalhando incansavelmente para as obras assistenciais. À noite ele ia às reuniões mediúnicas e dava carona para as irmãs de fé!
Inicialmente, minha mãe, muito católica, o criticava dizendo que ele ia para a macumba...Um dia, ela desmanchava uma costura com gilette e ele se aprontava para a sessão noturna. Ela reclamava muito, com ciúme das irmãs que ele transportaria... De repente, não se sabe como, ela foi jogada no meio da enorme sala de estar na casa da rua seis e se cortou toda. Meu pai certificou-se de que tudo estava bem e saiu. Ao retornar, trazia um recado do mentor da casa de oração! Didi devia comparecer em dia específico, quando haveria uma reunião festiva aberta a todos.
Eles compareceram e naquele dia voltaram comentando o que havia acontecido! Chamada à cúpula, ouviu lindas palavras do mentor e foi informada que tinha uma missão junto à espiritualidade. Ela só soube disso bem mais tarde, porque assim que adentrou o recinto, incorporou e ao retornar não se lembrava de nada que havia acontecido! Foi sempre médium inconsciente e desenvolveu diversas formas de mediunidade, conforme será relatado por inúmeros depoimentos de pessoas que presenciaram esses fatos...
Recordo ainda de sua dedicação! Inicialmente, eram três sessões semanais. Se houvesse algum evento familiar, aniversário de filhos, qualquer coisa era relegada em segundo plano. Primeiramente, devia atender os necessitados e a sua presença passou a ser cada vez mais exigida... Quantas curas a gente pôde presenciar! Quanta gratidão dos atendidos espiritual ou materialmente...
A obra do berço e depois a creche Casa do Caminho tornaram-se prioridade em sua vida. Aliás, mamãe conseguia a doação de peças de flanela ou de morim e cortava camisetas pagãs e paletozinhos para recém-nascidos... Assim aprendi a costurar... Ela cortava em série e eu a ajudava a costurar depois da escola... Conseguia retalhos e aprendi também a fazer colchas para os pobres.
Houve uma época que papai adoeceu e passou bastante tempo sem poder ir à Tenda do Caminho. Era na década de cinqüenta e como eu era a mais velha das meninas, minha mãe me levava junto com ela a pé até a Vila Nova, onde agora funciona a Irradiação Espírita Cristã. Ela era boa mineira e meia hora antes da sessão já se encontrava pronta em seu lugar em plena concentração.
O natal dos pobres era organizado anualmente. Cadastravam as famílias, mas no dia aparecia muito mais gente! Todos saiam satisfeitos, agradecidos, mas como trabalhavam os irmãos do caminho! Houve um ano em que pude acompanhar bem de perto. Eu tinha então dois filhos pequenos e morava no barracão no fundo da sede dos Irmãos do Caminho, à Rua 8 “A”, no setor oeste. A fila dos cadastrados se alongava por mais de um quarteirão e ia engrossando cada vez mais... Quando foi dado o sinal para entrarem, todos quiseram fazê-lo ao mesmo tempo e ao transporem o portão, derrubaram o muro. Meu filho Otávio tinha dois anos e ficou deveras impressionado o dia todo...
Dona Didi rodeada por crianças.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Tenda do Caminho

Uma das tantas comemorações na Tenda do Caminho,
hoje Irradiação Espírita Cristã.
Notem o quadro ao fundo que é o mesmo que está no Irmãos do Caminho.
Centro Espiritualista Irmãos do Caminho, antiga sede na
Rua 8 A, Setor Oeste.

História da Dona Didi



Geraldina de Araujo, (Didi) nasceu em Abaeté, MG, a 15 de julho de 1922, mas por motivo de casamento precoce ficou registrada no dia 8 de novembro do ano anterior, dia em que sempre comemorou o seu aniversário, só sabendo da verdadeira data de seu nascimento nos últimos anos de sua existência, ao ter acesso a um documento de batistério.
Filha de José Lucas da Silva e Maria Alves Pimenta, foi criada como filha por seus tios João Alves Pinto e Juventina, tendo conhecimento de sua adoção aos quinze anos, quando ficou noiva do pioneiro de Goiânia – José Araujo – com quem se casou em 11 de dezembro de 1937, vivendo juntos até seu desencarne, em junho de 1967.



Criaram sete filhos: Marco Antônio, Regina Lúcia, Clélia Maria, Sônia Cristina, José Araújo Júnior, Maria Celina e Maria Luiza, além de outros adotivos que passaram por seu lar cumprindo o seu tempo nessa família espiritual.
Geraldina foi criança inteligente, apesar de ter superado algumas doenças cármicas na infância. Cresceu em Belo Horizonte ao lado de duas primas também adotadas por sua mãe – Hilda e Agda. Aos treze anos a família transferiu-se para a nova capital de Goiás e ela frequentou o curso Normal, no Colégio Santa Clara, em Campinas.
Seu esposo José Araújo era cunhado e melhor amigo do primeiro prefeito de Goiânia – Venerando de Freitas Borges. O casal construiu a sua casa no centro da cidade, Rua 6 nº 46, onde viveram até a mudança de plano espiritual de Jose Araújo.
José Araújo tornou-se espírita antes de Didi. Ele sempre se interessou pelas obras assistenciais e colaborou na construção de várias, primeiramente junto à antiga Tenda do Caminho, hoje, Irradiação Espírita Cristã, e, depois, junto ao Centro Espiritualista Irmãos do Caminho, do qual foi fundador e atuou como presidente por bastante tempo. Ele doou o lote onde foi construída a primeira sede em 1962. Neste ano, sob a diretriz da cúpula espiritual da Instituição,foi implantada importante transformação nas modalidades do trabalho mediúnico, mudando-se inclusive o nome da Entidade, de Tenda do Caminho para Irradiação Espírita Cristã , regendo-se, a partir desta data, pela orientação Kadercista. Com a transformação mencionada, novo núcleo espiritualista foi fundado, o dos Irmãos do caminho, por aqueles que optaram por continuar na linha dos trabalhos anteriores, mantendo-se, entretanto, entre todos os antigos companheiros, os melhores laços de amizade e fraternidade cristã.


Casa da Rua 06, Goiânia.