quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

RELATO DE UMA CURA



Clélia é a terceira filha de Dona Didi.
Por várias vezes, recebi atendimento espiritual no Centro Espiritualista Irmãos do Caminho. Em 1975, fui aprovada em um concurso público federal e precisei apresentar a documentação para a posse e passar por uma bateria de exames médicos para comprovação do estado de saúde. De posse dos resultados dos exames, compareci perante à Junta Médica, quando fiquei sabendo que não poderia tomar posse porque o meu exame de urina indicava problemas renais. Imaginei que tinha havido troca no laboratório, já que eu não sentia dor nenhuma, repeti o exame em outro laboratório e deu a mesma coisa.
Um dos médicos da Junta me disse que eu deveria procurar um urologista e fazer o tratamento necessário para sanar o problema. Só que não haveria tempo para isso, porque se eu não assumisse o cargo no prazo determinado, teria que requerer final de lista ou desistir da função, o que evidentemente não estava nos meus planos. Condoído da minha situação, o médico sugeriu que eu "arranjasse" outro exame e levasse pra ele. Ele me aprovaria, desde que eu assumisse o compromisso de procurar o especialista.
Embora desconfortável com aquela situação, agi conforme a sugestão e procurei, em seguida, um urologista renomado na cidade, o dr. Adão Ubiratan, que me pediu um exame da bexiga. Esqueci-me do nome desse exame (atualmente, ele já não é feito, foi substituído pelo ultrassom). O tal exame mostrou a existência de um monte de cálculos na minha bexiga. O médico e a Luíza, minha irmã que me acompanhava, ficaram horrorizados. Dr. Adão se surpreendeu com o fato de que eu não tinha ainda sentido dores e me deu todos os telefones onde ele poderia ser encontrado, caso eu tivesse uma cólica repentina.

À noite, fui ao Centro tomar passe. Quando voltava para o meu lugar, fui interceptada pela cambono Mariazinha, que me disse que o Mentor (Mané Maior) tinha lhe falado para eu ficar para a segunda parte dos trabalhos, para receber atendimento. Eu não tinha falado nada com minha mãe. Acho que era uma quarta-feira, porque quando eu entrei na salinha dos médiuns, me deitaram em uma maca e vários médiuns, convocados pela entidade que estava com a minha mãe (não sei se era Dr. Fritz) se debruçaram sobre mim, uns tossindo, outros cuspindo, outros me massageando. Não me lembro direito dos detalhes porque fiquei com um certo entorpecimento.
No final, recebi uma garrafa d'água e a orientação pra beber o conteúdo devagar, uma xícara pequena, de duas em duas horas. Fui pra casa e obedeci; coloquei o despertador e passei a noite tomando a água fluída, na forma determinada. Tenho a dizer que nunca senti as dores temidas pelo médico. Meses depois, voltei a fazer exame de urina a pedido da ginecologista e o exame deu normal. Nunca voltei ao urologista. E nunca fiquei sabendo se as pedrinhas foram retiradas na intervenção espiritual ou derretidas pela água miraculosa. Essa foi uma das experiências que vivenciei no CEIC. Naquele tempo, relatos de curas eram corriqueiros e ninguém dava muita atenção.

Clélia Maria de Araújo Pereira







domingo, 9 de janeiro de 2011

MEMÓRIAS INFANTIS JUNTO A DONA DIDI

Aconteça o que acontecer, a Lei Cósmica estará sempre se cumprindo de maneira correta e justa em nossa vida, em consonância com a verdade.

Minha mãe gostava de costurar e comprava aviamentos nas lojas dos turcos, na rua 4, como chamávamos, então, aquele comércio a um quarteirão de nossa casa. Acompanhá-la nessas empreitadas constituía um passeio disputado pelas crianças a cada vez.

Didi, Tanit, Sônia, Deolinda, Mariazinha, Leandro, no CEIC.
Mantínhamos muito contato com nossas tias, as suas primas e irmãs de criação – Hilda e Agda. Tia Hilda e Tio Adail tiveram cinco filhos que cresceram junto conosco, os primeiros cinco filhos de Dona Didi. Tia Agda e tio Daniel tiveram apenas quatro, mas convivemos apenas com os dois mais velhos, porque ela espaçou bastante uma gravidez da outra. Nós adorávamos essa convivência, extremamente animada, em razão de tantas crianças juntas.

Nos finais de semana costumávamos fazer os passeios ao campo, conforme relatei anteriormente. Meus pais faziam questão de manter uma chácara ou fazendinha, mas dificilmente dormíamos lá. Acho que minha mãe era urbana, apesar de se sentir atraída pela zona rural e a fartura de uma fazenda. Durante alguns anos tivemos uma propriedade à beira do Rio João Leite, próximo a Nerópolis, cerca de uns 20 quilômetros de Goiânia. Lembro-me de que eram dois sítios juntos com 6 e 8 alqueires especificamente. Em uma dessas partes havia uma pequena plantação de café com 18.000 pés, creio.

Dona Didi em viagem à Holanda, 1989.
Recordo-me de dois episódios daquela época. Um dos caseiros tinha vários filhos e minha mãe era madrinha de quase todos que iam nascendo a cada ano. Meus pais sempre foram bons com os empregados. Além do salário justo, presenteavam-nos com remédios, roupas, brinquedos e material escolar para as crianças, sobretudo. Eles podiam usar tudo na propriedade, criar galinhas, porcos. Tinham leite e queijo à vontade. Minha mãe trazia dois queijos a cada final de semana para nosso consumo.  Engraçado era que era ela que cozinhava para todo mundo nessas ocasiões. Os caseiros todos se beneficiavam de seus saborosos almoços domingueiros! Uma vez, a caseira e comadre de minha mãe, a esposa do Albertino, lhe disse que as vacas estavam fazendo greve e não havia queijo aquele dia. Uma das crianças presentes ouvia em silêncio. De repente, ela abriu o armário na vista de todos e o mostrou abarrotado de queijos! Ficaram todos constrangidos! Imagino como aquela criança deve ter sido castigada por sua franqueza infantil ainda sem máscaras.

Outra vez, fomos a uma fazenda onde havia muitos cavalos e resolvemos montar. Saímos em disparada e a Bené ficou dependurada num galho mais baixo de uma árvore. Nós ríamos muito enquanto o cavalo fugia em disparado protesto contra aqueles pré-adolescentes malucos!

Minha mãe costumava dizer que todos nós estamos fadados a evoluir e esta é a lei de Deus! Uns caminham à frente, outros vêm mais atrás, mas todos nós, um dia, chegaremos lá! Afinal, temos a eternidade!