sábado, 20 de abril de 2013

O QUE É PASSE MAGNÉTICO



Didi, neto Otávio e bisneto Frederico, 93.
Apesar da formação católica tradicional da minha época, eu cresci ouvindo meus pais falarem em passes. Minha mãe tornou-se espirita ao descobrir-se médium em meado da década de cinquenta com a influência do grande divulgador – Chico Xavier! 
Hoje, sei que o passe pertence às leis naturais. Ele é um atributo tanto do espírito encarnado como desencarnado e pertence à ordem dos fenômenos psíquicos. Segundo a
Regina, Goiaz Leite e Didi.
Teologia, a cura pelo passe é chamada de milagre, independente de raça, cor ou credo e até mesmo de posição social. 
Segundo o conceito espírita, a cura pelo passe pertence às leis naturais, não havendo, portanto, nenhuma alteração nessas leis. Ela se dá simplesmente pelo merecimento de quem o recebe. Acredita-se, pela fé raciocinada que milagre não existe. 
Podemos até, por força de expressão, dizer: foi um milagre, mas isso não expressa a verdade. Esse termo não faz parte do vocabulário espírita. Ouvi o Regis Manata explicando, com propriedade, a pacientes em processo de
Paulinha, José Dantas, Didi, Tarsila,
Grazielle e Otávio.
cura, no CEIC, que esse tipo de bênção acontece a seis mãos, ao menos. Duas mãos do mundo espiritual, duas do médium curador ou reikiano e as duas do receptor, fundamental do processo, porque somente por sua fé e conduta adequada o processo se concretizará! 
A cura pela imposição de mãos não é nada de extraordinário como se possa imaginar, no entanto, quantos absurdos giram em torno disso! Nada fora da ormalidade, como muitos acreditam. Ele é tão simples
Regina, Otávio e Dona Didi.
que qualquer pessoa pode aplicá-la. Criam-se imagens tão absurdas em torno da cura quântica, do reiki ou passe, que muitos chegam, em algumas casas de oração, a dar aulas de anatomia para aqueles que vão aplicá-los, inventando, até palavreado cheio de fantasias, com gesticulações e técnicas, como se o aplicador possuísse uma máquina para fazê-la funcionar.
Por ser de natureza espiritual, podemos dizer: passe
Didi e filho José Araújo Júnior.
espírita. Ele também é caracterizado como passe magnético por serem utilizadas energias orgânicas geradas pelo ser humano. Muitos o separam como se o passe espírita diferisse do magnético. Diz-se espírita por pertencer a esse meio.
É bom que saibamos que se trata da mesma ordem. A denominação magnetismo se dá em razão de os fluidos emanados dos espíritos ou do médium serem incorporados aos enfermos pelo processo de atração, como já foi dito. Denomina-se magnético por serem os fluidos, de ordem física (fluido animal), oriundos do próprio médium. 
Filha Regina, Dona Didi e genro Aleixo.
Em verdade, segundo os próprios espíritos, eles formulam o medicamento curativo compondo seus fluidos espirituais com os fluidos animalizados dos encarnados e com substâncias da terra, de rochas, do ar, da água, de árvores, de plantas medicinais, de musgos, compõem o medicamento.
O passe foi incluído nas práticas doutrinárias espíritas como auxiliar nos recursos terapêuticos. A terapia do
Didi, familiares, amigos, julho 96.
passe na Casa Espírita é utilizada tanto no tratamento físico como no espiritual. No tratamento físico, serve como bálsamo nas enfermidades orgânicas. No espiritual, alivia os distúrbios do espírito enfermo, reequilibrando seu estado psíquico. Nas reuniões mediúnicas, o passe serve como ajuda fluídica para os médiuns, repondo energias despendidas pelo ato mediúnico. A eficácia do passe depende muito das sintonias que devem ser estabelecidas entre as partes: enfermo, doador humano e doador espiritual.
Didi na cozinha da Creche do CEIC.
Sintonia também com as pessoas que os cercam, com o ambiente que deve se formar no recinto. Lembrar sempre que a sintonia com Jesus e acima de tudo, com o Criador, é importante! As sintonias são requisitos indispensáveis. Antes de iniciar o trabalho do passe, faz-se necessário uma prévia preparação dos que vão aplicá-los, com uma prece inicial e outra no final em agradecimento aos espíritos.
Segundo o Dicionário Enciclopédico Ilustrado, de João Teixeira de Paulo, passes são os movimentos das mãos diante dos olhos de uma pessoa.
Didi, filhos, nora e genro, 1995.
Pesquisas feitas comprovam que a denominação passe originou-se das práticas dos terreiros pelos movimentos das mãos, conforme citamos anteriormente. 
Mas o passe tornou-se convencional a partir do Cristo pela simples imposição das mãos. A padronização e as qualificações a ele atribuídas são apenas do homem, isto por acreditar serem seus os poderes. Neste caso, é de responsabilidade da casa espírita a orientação que caiba nesse sentido. Hoje já existem pesquisas científicas que comprovam a sua eficácia, inclusive, desenvolvidas na USP, recentemente. 
Dona Didi levou décadas aplicando passes em doentes de todos os tipos, com sucesso, e eu me sinto muito à vontade também de trabalhar com essa energia, mesmo não detendo a sua mediunidade!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O LIVRO DOS ESPÍRITOS



Livro de Kardec, 156 anos.
O Espiritismo surgiu na França, no dia 18 de Abril de 1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos. Por isso 18 de abril é considerado com um marco para a doutrina Espírita.
A cada 18 de abril, os espíritas recordam o ano de 1857, este ano, 156 anos de lançamento de O Livro dos Espíritos. 
Mais tarde, ele seria complementado pelo Livro dos Médiuns, que neste ano completa 150 anos de lançamento. O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, formando o pentateuco espírita.
O Livro dos Espíritos tem uma importância excepcional por ser uma revelação, de iniciativa do Plano Superior com a finalidade de facilitar e orientar o progresso humano. Afinal, para vivermos em equilíbrio, precisamos de respostas. O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, foi a primeira obra da
Daniel Viana, Sonia e Agda.
codificação, na qual se encontram os princípios fundamentais do espiritismo. Seu conteúdo é apresentado em  quatro partes: as causas primárias; mundo espírita ou dos espíritos; leis morais; esperanças e consolações
Nos ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos, que é um manual de conduta para a vida, encontramos recursos para que se compreenda, sem mistérios, as leis de causa e efeito, a reencarnação, a evolução do espírito, as ocupações e missões dos espíritos, entre tantas outras respostas, respostas estas embasadas sempre pela ciência, filosofia e religião. Sei que minha mãe - Dona Didi - conhecia a fundo esse livro que ela considerava de importância fundamental para a doutrina.  
Sonia, Didi, Clélia e Regina, 1998.
Não há dúvida de que a sociedade mudou neste século e meio. A vida não é o caos que a televisão pinta, pois só veicula a dor e o sofrimento. Todavia, tampouco é a maravilha que desejaríamos que fosse. E isso é assim, pois estamos habitando um planeta que pode ser uma “prisão”, uma “escola” e um “hospital”. Cada qual, nessa ordem estabelecida, tem a vida que merece. As dificuldades, obstáculos, oportunidades, conquistas, fracassos e felicidades, são decorrências da lei de causa e efeito, pois sabemos que não cai uma folha de árvore sem a permissão de Deus.
Amaro, Sofia e Lucas, neto e bisnetos
de Dona  Didi.
A ordem divina tem objetivos preestabelecidos para que os seus filhos se desenvolvam moral e intelectualmente. Esse é um processo mais ou menos longo, dependendo do nível de maturidade do espírito imortal que temporariamente está usando um corpo, no planeta Terra, para se aperfeiçoar, seguindo os ditames da lei do progresso. As nossas leituras são obscurecidas pela limitação espiritual.
A humanidade está na fase do esclarecimento, da fé racional, apesar de alguns defenderem, erroneamente, que fé não precisa de razão. Isso é besteira. Foi dia 18 de abril de 1857, há exatos 156 anos, que um estudioso, professor, discípulo do educador Pestalozzi, descobriu ou, pelo menos, esclareceu, que há um mundo diverso do nosso, nossa verdadeira pátria e que nos espera no tempo certo de cada um, quando da morte do corpo físico. Nesse universo meio que paralelo, residem os nossos que  nos anteciparam na mudança de plano espiritual, mas que continuam vivos de outra forma, esperando a nossa viagem. É o mundo espiritual que preexiste, existe e sobrevive a tudo e que tem relação constante com o mundo material, nossa curta morada!