Zuleika, Tania, Alzira, Keila, Valderez, Regina, no CEIC, 2010. |
Estamos mais uma vez na época da páscoa. Páscoa é uma palavra hebraica que significa libertação. Com o êxodo, a páscoa hebraica significa a lembrança perene da libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, por Moisés. Como cristãos, somos levados ao longínquo passado ao recordar a passagem de Jesus pela terra, a sua mensagem de perdão aos inimigos e de amor à humanidade inteira.
Esta época tem para os espíritas um significado muito especial, pois lembra-nos de que Jesus, vencendo a morte, nos transmitiu um ensinamento fundamental: o de que a vida continua para além do corpo físico, pois ele fez questão de aparecer aos apóstolos e a Maria de Magdala, após o sepultamento.
Air Gomes de Moura e Regina Araújo, 2010. |
Mas, aqui reside uma diferença substancial entre as religiões cristãs e o espiritismo – a crença na ressurreição de Jesus. Para nós, espíritas, Jesus ressurgiu no seu corpo espiritual e não com o corpo físico, esse possivelmente em decomposição, com danos irreversíveis no cérebro ao fim de pouco tempo, de acordo com a ciência.
As Igrejas cristãs continuam defendendo a ideia de que o Cristo subiu aos céus em corpo e alma, e de que o mesmo sucederá a todos os eleitos no chamado juízo final. Mas a doutrina espírita, defensora da lógica e do bom-senso refuta essa teoria, pela impossibilidade física de seres que já faleceram ao longo dos séculos terem os respectivos corpos reconstituídos nas suas estruturas orgânicas no dia do juízo final.
Grupo do Reiki na Chácara Shamballa, 2011. |
Outro aspecto que desde sempre nos foi transmitido pela religião judaico-cristã tradicional é a noção da culpa. Jesus sofreu o processo da crucifixação para nos salvar dos nossos pecados, cometidos desde Adão e Eva. Todavia, para os espíritas, que não possuem rituais, nem proibições de comidas ou de trabalho, a páscoa é a época de lembrar mais uma vez a necessidade da libertação de nossas imperfeições, visando ao crescimento moral e espiritual.
Natal na Creche Casa di Caminho, dez. 2010. |
Portanto, devemos comemorar uma páscoa diferente, isto é, a do nosso desejo de transformação interior. A páscoa da valorização da própria vida na certeza da imortalidade.