Sobre a Dona Didi, só tenho boas lembranças. Nossa convivência foi sempre ótima e muitas vezes senti que ela me protegia desde a infância. Eu a conheci desde pequena quando ela arrumava a minha lancheira e a da Regina, sua filha, e colocava cachinhos de uvas para nós duas. Lembro-me de quando ela ia ao CEIC e nos deixava olhando as gêmeas pequenas. Depois quando ela voltava do centro, muito feliz, radiante e preparava um lanche, porque ia sem jantar.
Ela tinha duas moças que moravam em sua casa e a ajudavam com as gêmeas. Eram a Elza e a Bené. Elas freqüentavam a mesma escola que seus filhos, mas ajudavam na lide doméstica e sobretudo com as gêmeas que não eram de fácil condução.
Outra lembrança era sobre os seus passeios à tardinha quando ainda na Rua 6 esquina com a Rua 5, no centro da cidade. Seu José Araujo, já frágil, ladeado por ela passeava ao entardecer, ela toda dedicada e cuidadosa com seu vestido branco de piquê caseado. Também o quanto ela admirava seus filhos, o quanto os elogiava. Sempre preocupada com cada um, não interessando a idade. Prova é quando da separação da Regina ela foi até minha casa pedindo que eu lhe desse uma “pensãozinha”. Sempre me pareceu que ela era uma grande expectadora da vida sem a ela pertencer.
No centro sempre foi exemplo dentro do terreiro. Imperturbável, serena, confiante. Quando do meu primeiro atendimento ela me disse: não precisa acreditar, será feito e assim era. Tinha seus defeitos. Ela sempre os admitia e me dizia: “tenho muito a depurar”. Mas era toda compaixão com o sofrimento do outro. Não questionava, atendia. Esta sempre foi a imagem dela para mim: defeitos, sim, como qualquer um de nós, mas caridade e compaixão sempre.
Regina, parabéns pela iniciativasobre o blog de sua mãe!
ResponderExcluirNossos pioneiros nunca poderão ser esquecidos.
Sua mãe bem merece este reconhecimento.
Isso faz muito bem a ela e a todos nós.
É muita energia pura pairando sobre nós.
Um abraço
ZéM
Oi, tia Regina, tudo bem? Essa noite tive um sonho gostoso, acordei com uma sensação maravihosa! Sonhei que minha vó não tinha morrido, que tinha viajado escondido e voltado! Eu quando a vi fiquei super eufórica, falava que tinha um monte de coisas para contar a ela, e comecei a contar tudo deitada nos braços dela! Eu chorava e falava que queria morrer depois dela... Acordei bem contente hoje, sabe aquele tipo de sonho que a gente pensa que é verdade? Pois é...Pena que acordei!
ResponderExcluirPaula Wanessa, neta de Dona Didi