sexta-feira, 27 de novembro de 2015

MORTE E DESENCARNE

O Momento da Morte e o Desencarne


desencarne, morte, desencarnar, morrer, momento, passagem


Muito comum, mesmo entre os espíritas, que se faça confusão entre os termos morte e desencarne, porém os termos possuem sentidos diferentes e a compreensão deles nos ajudará a esclarecer um assunto muito importante: o que acontece com o Espírito no momento da morte do corpo? Ela é dolorosa? É igual para todos? É a todas essas perguntas que tentaremos esclarecer neste artigo.
Para ajudar a esclarecer esse assunto tão fascinante é preciso, antes de tudo, conhecermos o significado dos termos morte e desencarne para o Espiritismo.
  • A morte é o fim da vida do corpo físico, ocorre quando o corpo, natural ou forçadamente, não tem mais condições de se manter vivo.
  • O desencarne é o processo de desligamento do Espírito, e seu corpo espiritual ou perispírito, do corpo físico.
Ao reencarnar o Espírito se une ao corpo físico através de seu perispírito molécula a molécula, no desencarne esse processo é invertido e o Espírito se desligará do corpo também molécula a molécula. A esse respeito Kardec escreveu que “o fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo1
É importante ressaltar o fato de que morte e desencarne acontecem, normalmente, em momentos distintos e é isso que veremos agora com mais detalhes.Kardec generaliza os diferentes “tipos” de desencarne quanto ao momento em que se dão e consequentemente quanto à facilidade ou dificuldade do processo. Os exemplos devem ser entendidos como casos extremos e, portanto, existem muitas variações entre um tipo e outro. Essa generalização foi feita em quatro grandes grupos que são:
  • “Se no momento em que se extingue a vida orgânica o desprendimento do perispírito fosse completo, a alma nada sentiria absolutamente.
  • Se nesse momento a coesão dos dois elementos (os dois corpos espiritual e carnal) estiver no auge de sua força, produz-se uma espécie de ruptura que reage dolorosamente sobre a alma.
  • Se a coesão for fraca, a separação torna-se fácil e opera-se sem abalo.
  • Se após a cessação completa da vida orgânica existirem ainda numerosos pontos de contacto entre o corpo e o perispírito, a alma poderá ressentir-se dos efeitos da decomposição do corpo, até que o laço inteiramente se desfaça2.
Após esses oportunos esclarecimentos sobre os diferentes processos de desencarne, Kardec finaliza dizendo que “daí resulta que o sofrimento, que acompanha a morte, está subordinado à força adesiva que une o corpo ao perispírito; que tudo o que puder atenuar essa força, e acelerar a rapidez do desprendimento, torna a passagem menos penosa; e, finalmente, que, se o desprendimento se operar sem dificuldade, a alma deixará de experimentar qualquer sentimento desagradável3.
Mas então o que gera essa força “adesiva” que torna o corpo espiritual mais ligado ao corpo carnal e, por conseqüência, mais difícil e penoso o seu desligamento para o Espírito? Kardec mais uma vez vem nos esclarecer quando responde que “o estado moral da alma é a causa principal que influi sobre a maior ou menor facilidade do desligamento. A afinidade entre o corpo e o perispírito está em razão do apego do Espírito à matéria; está em seu máximo no homem cujas preocupações todas se concentram na vida e nos gozos materiais; ela é quase nula naquele cuja alma depurada está identificada por antecipação com a vida espiritual. Uma vez que a lentidão e a dificuldade da separação estão em razão do grau de depuração e de desmaterialização da alma, depende de cada um tornar essa passagem mais ou menos fácil ou penosa, agradável ou dolorosa4.
Fica agora fácil entender que os fenômenos da morte e do desligamento do Espírito em relação ao corpo (desencarne) ocorrem, de modo geral, em momentos distintos podendo ser essa diferença de tempo em horas, dias, meses e mesmo anos. O que também nos chama a atenção é o fato de depender de cada um tornar esse momento mais fácil e agradável ou mais penoso e doloroso. A vida plenamente material onde se busca tudo que a matéria oferece como gozos e posses é aquela que dará mais dificuldade ao Espírito na hora do desencarne. Aquele que vive conforme a moral do Evangelho, dando importância relativa às coisas materiais, reconhecendo seu valor, mas não vivendo em função disso e principalmente reconhecendo e aceitando os Desígnios Divinos acima de qualquer revolta, esse sim terá uma passagem tranqüila e fácil quando chegar sua hora.
Existe um outro fenômeno que possui relação direta com a moral do indivíduo e que começa a acontecer imediatamente após a morte do corpo, é o fenômeno da perturbação espiritual. Como nos esclarece Kardec a esse respeito “[...] nesse momento a alma sente um entorpecimento que paralisa, momentaneamente, as suas faculdades e neutraliza, pelo menos em parte, as sensações; está, por assim dizer, cataleptizada, de sorte que quase nunca testemunha consciente o último suspiro. [...] A perturbação pode, pois, ser considerada como estado normal no instante da morte; a sua duração é indeterminada; varia de algumas horas a alguns anos. À medida que ela se dissipa, a alma está na situação do homem que sai de um sono profundo; as idéias estão confusas, vagas e incertas; vê-se como através de um nevoeiro; pouco a pouco a visão se ilumina, a memória retorna e ela se reconhece. Mas esse despertar é bem diferente, segundo os indivíduos; nuns é calmo e proporciona uma sensação deliciosa; noutros, é cheio de terror e ansiedade, e produz o efeito de um horrível pesadelo 5.
Assim fica mais uma vez clara a importância de uma vida reta, onde impere a moral do Evangelho de Jesus e onde cada um se esforce para ser cada dia melhor que no dia anterior. Para fechar a questão trago mais uma citação de Kardec onde ele fecha o assunto com muita clareza e objetividade:
O último alento quase nunca é doloroso, uma vez que ordinariamente ocorre em momento de inconsciência, mas a alma sofre antes dele a desagregação da matéria, nos estertores da agonia, e, depois, as angústias da perturbação. Demo-nos pressa em afirmar que esse estado não é geral, porquanto a intensidade e duração do sofrimento estão na razão direta da afinidade existente entre corpo e perispírito. Assim, quanto maior for essa afinidade, tanto mais penosos e prolongados serão os esforços da alma para desprender-se. Há pessoas nas quais a coesão é tão fraca que o desprendimento se opera por si mesmo, como que naturalmente; é como se um fruto maduro se desprendesse do seu caule, e é o caso das mortes calmas, de pacífico despertar6.
Referências:
 
1.                  Kardec, Allan. O céu e o inferno. 2ª parte, cap. 1, item 4.
2.                  Idem. Ibidem, item 5.
3.                  Idem. Ibidem.
4.                  Idem. Ibidem, item 8.
5.                  Idem. Ibidem, item 6.
6.                  Idem. Ibidem, item 7.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

HOMOSSEXUALIDADE


Lei, eu, Clélia, Chris, Renata, Chérie
O médium e orador espírita Divaldo Franco foi convidado a responder, dentre outras interessantes e inquietantes perguntas, a seguinte questão: “A homossexualidade é uma penalidade ou alguma condenação divina?”.  
Esse é um questionamento que muitas vezes se faz afirmativo em discursos de alguns “espíritas”. No entanto, quando, acerca desse tema, temos a oportunidade de conhecer diversas obras psicografadas por Chico Xavier ou Divaldo Franco, além de muitas entrevistas feitas tanto ao primeiro como também ao segundo médium, entendemos que a homossexualidade é uma experiência evolutiva, NÃO sendo, portanto, uma punição ou castigo da divindade.  
Irmãos Araujo na Shamballa
Na oportunidade da sessão de perguntas e respostas, o insigne médium esclareceu aos partícipes da reunião que existem quatro junções sexuais: a assexualidade, na qual o indivíduo tem uma anatomia, mas não tem presença ostensiva de libido; a heterossexualidade, tida pela maioria como “convencional”, é o encontro de seres de anatomias diferentes que se complementam emocionalmente, assim como a homossexualidade é o encontro de seres de mesma anatomia para também ter a completude de suas emoções. A bissexualidade, por sua vez, engloba pessoas que têm a sua satisfação ora com pessoas do mesmo sexo, ora com o sexo oposto.  
Irmãos em 19.07.2015
Segundo Divaldo Pereira Franco, não se trata de punição, castigo, já que Deus não castiga, não pune; Deus é, em verdade, Inteligência Suprema. (Vide O Livro dos Espíritos, questão de nº 01.)  
A homossexualidade é referenciada na atualidade como o terceiro sexo – afirmou Divaldo –, existente, inclusive, em animais, o que ratifica o fato de não ser castigo, já que esses seres irracionais nada fizeram para ter “punição da divindade”. O médium citou o seguinte exemplo para fins de compreensão: “se, por exemplo, eu, Espírito, reencarno na masculinidade durante dez ou cinco vezes
Amaro, Sofia e Lucas Almeida
consecutivas, eu tenho uma psicologia máscula e uma anatomia masculina; mas por uma necessidade evolutiva na minha próxima reencarnação eu encarnar na feminilidade, logo eu tenho uma anatomia feminina, mas uma psicologia masculina, sendo quase inevitável esse indivíduo ter uma tendência homossexual...”.
Entretanto, Divaldo ressalta que o uso da máquina sexual para o abuso, a promiscuidade, a depravação – tanto em homossexuais quanto em heterossexuais – é o que gerará processos cármicos que terão que se resolver em vida(s) futura(s).  
Divaldo Franco concluiu a resposta sugerindo que: “Não podemos agredir nenhum deles [homossexuais] com os nossos conflitos e com as nossas opções, como não devemos, por outro lado, ficar em conflito, dominados por um preconceito social. Devemos procurar MEIOS ÉTICOS para que nossa vida seja feliz na Terra, tanto na condição ‘hétero’ quanto na ‘homo’”. 
Parque Vaca Brava em Goiânia
A indicação de leitura da página Messe de amor de Divaldo Franco dessa semana aproveita o eixo temático tratado em palestra doutrinária e sugere dois livros que tratam dessa questão de maneira magistral e com bastante leveza: "ENCONTRO COM A PAZ E A SAÚDE", pelo espírito JOANNA DE ÂNGELIS, que dedica seu oitavo capítulo para refletir sobre as diversas facetas da sexualidade.  
Ademais, outra obra que trata com muita profundidade o tema é o livro "SEXO E CONSCIÊNCIA", que traz um grande panorama
Dona Thalyzia e Ricardo.
das questões sexuais à luz do Espiritismo, com um capítulo de mais de 50 páginas só sobre a homossexualidade.
A mentora Joanna de Ângelis, em seu livro citado e recomendado acima, esclarece-nos de maneira muito incisiva acerca da homossexualidade, vejamos:
(...) Constatado que o homossexualismo não tem natureza patológica, nem é impositivo neuronal, conforme os estudos de nobres neurocientistas da atualidade, reconhecida a tese pela Organização Mundial de Saúde, podemos afirmar, sim, que se encontra geneticamente assinalando alguns neurônios, de forma que a produção de hormônios seja compatível com as heranças espirituais do passado, sempre as grandes delineadoras do presente e do futuro, ou com as necessidades evolutivas...  
O Espírito progride viajando através de ambas as polaridades, masculina e feminina, facultando que, na mudança de uma para outra, por necessidade de progresso, as marcas (arquétipos) da existência anterior fixem-se na constituição atual, sem
Arthur e Leninha
nenhum caráter de natureza cármica, punitiva, como pretendem alguns estudiosos, ou por efeito da necessidade de retificação de erros anteriormente praticados, vivenciando novas experiências iluminativas.
Seja, no entanto, qual for, a causa anterior que responde pela atual conduta homossexual, por esse conteúdo anima que se encontra no ser masculino, assim como pelo animus que faz parte da constituição feminina, adquirindo prevalência e impondo a necessidade de atendimento, A CONDUTA MORAL DO ESPÍRITO irá delinear-lhe a existência harmônica ou conflitiva, insatisfeita ou não, pela qual transitará.  
Aleixo em Lagoa Formosa
O fato de alguém amar outrem do mesmo sexo NÃO SIGNIFICA distúrbio ou desequilíbrio da personalidade, mas uma opção que merece respeito, podendo também ser considerada como certa predisposição fisiológica. Pode-se considerar como uma necessidade sexual diferente com objetivos experimentais no processo da evolução.  
O amor, no entanto, será sempre o definidor de rumos em favor do ser humano em toda e qualquer situação em que o mesmo se encontre.  
(FRANCO, Divaldo; ÂNGELIS, Joanna[Espírito]. "Encontro com a paz e a saúde". Salvador: LEAL, 2014, 3ª ed, pp. 163-164.)  
No livro Sexo e Consciência, na seção “a proposta da Doutrina Espírita”, lê-se o seguinte:  
“Perguntam-me se o homossexual tem direito a experimentar o amor e o sexo. Esta é uma questão que certamente pertence à consciência de cada um. Mas como eu não considero a homossexualidade um transtorno psiquiátrico, uma doença, uma aberração, não vejo por que o seu portador deva ser privado da afetividade dos relacionamentos saudáveis com o parceiro elegido.  
Regina, Didi, Ione e kids 1974.
O Espiritismo não estabelece normas de comportamento para os outros, uma vez que o seu corpo de princípios não condena as escolhas individuais de qualquer natureza. Seu papel não é proibir, é orientar, explicitar aspectos novos de determinado problema e apresentar sugestões que podem facilitar a caminhada do ser no rumo da felicidade, pois cada um responde pelo comportamento que decide adotar.  
(...) (LOPES, Luiz Fernando; FRANCO, Divaldo. "Sexo e consciência". 1. ed., Salvador: LEAL, 2014, p. 204-205.)  
Acrescemos ainda, para a profundidade de nosso estudo, o livro
Aleixo,eu, Brasigóis Felício
"A veneranda Joanna de Ângelis", em que o querido Divaldo Franco, na parte final do mesmo livro, responde a seguinte questão:
“Outro tema atual diz respeito à união gay. Como o Espiritismo vê o amor gay?  
O amor é amor, sob qualquer faceta que se manifeste. Se o indivíduo tem um comportamento homossexual e encontra alguém que compartilhe a sua ternura e afetividade, essa união é tão digna quanto a do heterossexual.  
O que para nós deve ser levado em consideração é a conduta do homossexual.  
Helen, Marcos, Lucas, Lei e eu.
Como não concordamos com a conduta promíscua do hétero, não somos de acordo com a conduta gay promíscua. Mas consideramos valiosa e respeitável a união homossexual e, principalmente, quando ela é apoiada pelo casamento. O casamento é um contrato legal tendo em vista as heranças. O indivíduo ajuda o outro a vida inteira, é o seu companheiro nas horas difíceis, diminui a angústia, a solidão, evita o suicídio. Quantos indivíduos, como dizem, no armário, suicidam-se porque têm medo de enfrentar a sociedade? Uma sociedade, com todo respeito, hipócrita.  
Regina em Lagoa Formosa
Porque somente é erro quando as pessoas sabem, mas quando não sabem a pessoa é honrada. Então, quem deu esse apoio merece a herança, merece a memória do companheiro ou companheira.  
Nós consideramos perfeitamente legal e moral. O amor é amor (...). Consideramos valiosa e respeitável a união homossexual.”  
(CARNEIRO, Celeste; FRANCO, Divaldo. A veneranda Joanna de Ângelis. 10. Ed., Salvador: LEAL, 2014, p. 304.)  
Convidamos, portanto, os irmãos espíritas e não espíritas, a lerem as obras e/ou refletirem acerca da temática, tendo sempre como diretriz e modelo o mestre Jesus, respeitando e amando sempre, como Ele sempre recomendou e exemplificou.
TEXTO DE DIVALDO FRANCO

sábado, 13 de junho de 2015

ESCOLHAS NECESSÁRIAS

Regina, Dona Didi e Aleixo, 2003.
"Todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer" diz o ditado popular.
Essa frase parece bem simples, mas ela contém uma grande verdade sobre a vida.
O ser humano, de uma forma geral, quer sempre viver no melhor dos mundos, quer ser feliz, quer viver em condições muito favoráveis, mas não abre mão de nada para chegar nesse nível. Como seria possível ir para o céu sem largar o humano que somos? Como é possível desejar ser um espírito imortal, mas não querer largar o corpo físico que temos?
Aleixo, eu e Clélia, no Rio, 2014.
Para viver certas experiências é necessário abandonar outras. Isso é verdade para a vida humana e também para a vida cósmica. Não é possível ser feliz sem nos renovar e deixar de lado tudo aquilo que nos afunda. Desejamos tudo ganhar, mas nada queremos perder. Queremos viver eternamente, mas não abrimos mão nem mesmo do nosso corpo físico atual. Queremos ser felizes, mas não abrimos mão de tudo aquilo que comprovadamente nos traz infelicidade. Queremos ser livres, mas não deixamos de acumular milhares de coisas que nos prendem. Queremos sinceridade, mas somos demasiadamente melindrosos. Queremos leveza, mas não abrimos mão do peso das preocupações, das obrigações, da nossa
Júnior, Tê, Sonia, Cé, eu e Lei, 2013.
pesada bagagem de apegos. Queremos ser, mas não abrimos mão do ter que ilusoriamente dá suporte ao ser. Queremos realizar, mas não queremos nos esforçar. Assim é boa parte da humanidade.
Procure entender que grandes realizações exigem grandes sacrifícios. Se você quer viver eternamente, é preciso deixar de ser quem é e se tornar uma essência que vive para sempre. Se você quer se libertar dos sofrimentos do mundo, é necessário transcender o mundo e tudo que nele gera sofrimento. Se você quer entrar em contato com Deus, que é tudo de mais elevado que existe, precisa soltar o apego a tudo que existe de inferior,
Cleo, Regina, Otávio e Meméia, 2015.
pequeno e transitório. Não é possível viver com o ilimitado sem soltar os limites; não é possível viver na eternidade sem se prender a temporalidade e suas contingências. Não é possível viver no ser essencial e buscar sempre ter, ter e ter...
Se você quer uma vida real, pare de se iludir...

Texto de Hugo Lapa

terça-feira, 24 de março de 2015

INICIAÇÕES




 Aleixo, Regina, Otávio e filhos
A palavra iniciação provém de uma raiz latina que significa começar. A iniciação pode ser considerada um novo começo, a transformação para uma nova forma de ser. Uma analogia utilizada por eminente mestre espiritual é que uma iniciação seria como a passagem através de um portal. Existem vários tipos de iniciação pelas quais passamos na vida, como: formatura, casamento, batizados,  entre outros. No entanto aqui nós vamos priorizar as Iniciações Espirituais.
Existem duas maneiras pelas quais podemos definir uma
S.Francisco de Assis = Kuthumi
iniciação espiritual - em termos do seu significado ou de sua mecânica subjacente. Se olharmos para o significado interno de uma iniciação, uma boa maneira de defini-la seria dizer que é um processo que nos torna “mais conscientes de nós mesmos como almas encarnadas” segundo informações de mentores espirituais. A iniciação pode aumentar diretamente esse estado consciente, ou pode fazer com que esse estado evolua diretamente melhorando algum traço ou característica, como por exemplo, a capacidade de experimentar o amor incondicional. Se olharmos para as iniciações em termos de mecânica, uma boa definição é aquela que encontramos nos livros de Alice Bailey, ou seja “uma iniciação é como uma sequência progressiva de impactos direcionados de energia”.
Kuanin = Deusa da Misericórdia
Do ponto de vista esotérico, a iniciação implica uma transformação permanente nos campos de energia dos seus corpos sutis. É importante entender que a iniciação não envolve aprendizado intelectual, é uma mudança permanente na sua estrutura e, portanto, no seu ser. Do ponto de vista esotérico, cada um de nós está envolvido por uma sequência de campos de energia alinhados.
Embora a maioria das pessoas não tenha conhecimento desses campos, eles são reais e o seu estado exerce um efeito profundo na nossa consciência e em nossa maneira de ser no mundo - o modo como pensamos, agimos e sentimos em relação a nós mesmos,  a nosso meio ambiente e às outras pessoas. Sabemos que em nossas vidas diárias até mínimas mudanças em nossa
SEI HE KI - Símbolo Reiki
energia podem produzir mudanças significativas em nossos pensamentos e sentimentos. Por exemplo, se estamos deprimidos, podemos ouvir música, fazer exercício físico, ou abrir uma janela para permitir a entrada de uma maior quantidade de oxigênio. O propósito da iniciação é o de produzir uma transformação permanente em seu campo de energia que leva a uma mudança em sua forma de ser no mundo.

A iniciação é um tema de interesse para qualquer um que procure um crescimento pessoal e espiritual. A iniciação se encontra bem no âmago de como o universo está estruturado. Para entender isso antes é preciso compreender um fato básico sobre evolução espiritual: ela nunca tem um fim. Uma vez que você percebe que
Símbolo Rosacruz
a evolução espiritual não tem fim, torna-se claro o que cada um pode ganhar ao receber iniciações de seres que estão bem mais adiante na caminhada espiritual. Por exemplo, o mestre tibetano Djwhal Khul: nos escritos canalizados por Alice Bailey, ele fala sobre o seu relacionamento com seu mestre, Kuthumi, de quem recebeu ensinamentos e iniciações. Atualmente, D.K. ainda está recebendo iniciações de Kuthumi e Kuthumi (São Francisco de Assis), por sua vez, recebe ensinamentos e iniciações de seu mestre e assim por diante. Essa grande cadeia de iniciações em última instância se estende por todo o caminho de retorno a Deus, o único ser no universo que não se beneficia de iniciações, pois é a fonte da qual provém a energia para  esses ritos de passagens.

Menino Indiano  e  Elefante
Não somente nós seres humanos estamos recebendo iniciações, mas também a Terra as está recebendo. As iniciações da Terra correspondem às iniciações que a humanidade, como um todo, está recebendo. E tanto a iniciações do nosso planeta Terra, como da humanidade estão interligadas com as iniciações que o nosso sol está recebendo e este está interligado com as iniciações que outras estrelas recebem. O universo por inteiro pode ser visto como uma gigantesca rede
Amor Incondicional
de sistemas de iniciação interconectados. A imensidão e a grandeza dessa rede é somente igualada por sua beleza.
Isso não quer dizer que é essencial que todos recebam iniciações. Você pode trabalhar sozinho e evoluir espiritualmente, mas cabe salientar que todos nós estamos juntos nesse jogo. Essa é a grande lição que o amor tem para nos dar. Não significa que você não possa fazê-lo sem ajuda, mas, sim, que isso demandaria muito mais tempo. Além disso, muitas das iniciações são ao longo de nossa vida...

Por isso, é bom deixar claro que as iniciações não são um
Helvio, Divina,Fábia, eu e Aleixo.
substituto da continuidade do trabalho em prol do nosso crescimento pessoal ou espiritual, embora as iniciações possam acelerar dramaticamente esse crescimento. A razão pela qual as iniciações energéticas podem acelerar tão efetivamente o crescimento é porque elas permanentemente concedem uma shakti, ou seja, uma energia espiritual que se comporta inteligentemente ao receptor.  Daí, todos os benefícios conferidos pela iniciação espiritual se dão por meio das shaktis ou energias cósmicas.
Texto  adaptado do livro “Energy blessings from the stars” de Virginia Essene

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

EFEMERIDADE DA EXISTÊNCIA




Júnior,Tê, Clélia, Cé, eu, Lei.
CÂNTICO II
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontem...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu. Cecília Meireles
Hugo Lapa, autor do texto.
“Ninguém deve jamais perder de vista um princípio muito importante da vida: tudo aquilo que temos, um dia vamos necessariamente perder. Sim, muitas pessoas acreditam, ou querem acreditar que tudo o que possuem é eterno, inclusive elas mesmas no sentido de sua personalidade terrena, mas obviamente essa é uma ideia falsa que nada mais é do que uma projeção de nosso desejo. Sabemos inclusive que essa não é uma ideia popular e muito aceita, inclusive temos consciência que este post não será muito compartilhado justamente por isso. Mas não se pode negar que tudo o que existe na vida humana tem sempre um começo e um fim. Ganhamos algo e depois necessariamente vamos perder esse algo. Isso ocorre porque todas as coisas do universo são passageiras, e a única coisa imutável é a própria mudança.

E qual o sentido prático disso em nossas vidas? Devemos sempre
Filhos e neto de Dona Didi
ter consciência que tudo na vida tem um prazo de validade, nada é eterno, tudo começa e termina, tudo se manifesta e depois deixa de se manifestar, nascemos, vivemos e morremos, para depois renascer e continuar nossa caminhada rumo ao infinito. Portanto, você pode até imaginar e desejar uma casa, mas não se apegue a essa casa, pois um dia você vai perdê-la; você pode desejar um carro, mas não se apegue ao carro, pois um dia você vai perdê-lo; você pode desejar se casar, mas nunca esqueça que o casamento um dia vai acabar, e tudo isso pode acabar até mesmo antes do que você supõe. Tudo no mundo um dia vai ter um fim. Não devemos cultivar nenhum tipo de dependência de algo que o mundo nos oferece.

Imagem ilustrativa
Mas, então, em que se apoiar? Apoie-se na única coisa real: no ser espiritual que você é desde o princípio dos tempos até a eternidade. Você nunca foi um ser humano, mas apenas um espírito que temporariamente precisa de experiências no mundo material para desenvolver e purificar o seu espírito. O espírito eterno e imortal que você é nunca será perdido. Podem destruir todo o seu corpo, mas o espírito é perene... Podem  atacá-lo, caluniá-lo, destruir toda a sua vida, tirar tudo o que você tem, mas o espírito que você é e a sua essência jamais serão sequer tocados por tudo isso... O espírito daquele que encontrou sua essência é totalmente inabalável... Ele não se deixa abater por coisa alguma. Então, ao invés de passar a vida tentando conquistar apenas bens terrenos, busque a sua essência, pois ela é a única coisa que você levará daqui para frente”. Esses valores nos foram repassados por Dona Didi...

                                                              Texto de Hugo Lapa