DEPOIMENTO DO MÉDIUM EDSON GOMES MAGALHÃES SOBRE A DONA DIDI
Edson em sua residência, 15.11.2010. |
Conheci a Dona Didi em 1973. Eu tinha terminado o meu segundo grau, estava noivo e adoeci. Então, fui ao Centro para consulta, conduzido por minha mãe, quando já estava desenganado pelos médicos. Minha mãe era católica, freqüentava a missa todos os domingos, mas costumava também ir tomar passes no CEIC, nas segundas-feiras à noite.
Naquela época havia prece na creche aos domingos e passei a freqüentar aquelas reuniões semanalmente. Depois de um ano de tratamento, recebi permissão para vestir branco e participei dos trabalhos do centro por mais de trinta anos.
Casei em 74 e continuei no centro. Saí do CEIC, no final de 96, junto com Dona Didi. Nessa ocasião, ficou estabelecido que encerrar-se ia linha de umbanda, no CEIC, e fui para outra casa onde fiquei alguns anos. Soube mais tarde que o centro havia voltado ao antigo modelo. Retornei depois de cumprida a minha missão lá na outra instituição e porque Pantera me disse que meu verdadeiro compromisso é com o CEIC.
Didi, em 08.11.2001. |
Em relação à doença que me levou ao espiritismo, soube mais tarde que uma ex- namorada havia feito um trabalho contra mim há muito tempo atrás. Assim, os médicos nunca conseguiram descobrir o que eu tinha. Antes, eu não acreditava em espiritismo e fugia dos centros. Então, fui levado pela dor. Tive uma doença sem diagnóstico. Nenhum médico sabia o que eu tinha. Nunca tinha sentido nem dor de cabeça anteriormente. De repente, eu me vi depressivo e enfermo, quase sem força. Não sabia o que havia depois da morte e tinha medo de começar a freqüentar um centro e não conseguir cumprir os compromissos assumidos.
Durante o meu tratamento espiritual, fui sendo desenvolvido e quando percebi as práticas espiritistas já faziam parte da minha vida. Aprendi a não buscar recompensa, participo dos trabalhos e já me sinto feliz com esta oportunidade.
Edson Gomes sendo entrevistado para o blog da Dona Didi. |
Houve um trabalho que jamais esquecerei. Aconteceu em uma tapera, uma casa velha e abandonada em uma fazenda. Dona Didi entrou incorporada em um quarto cheio de cobras, depois deu uma volta ao redor, fiscalizando tudo. Então, Pantera ia à frente e nós em fila indiana observando as cobras passeando próximas dos médiuns. Nunca vi tanta cobra junta na minha vida e era incrível observar a força espiritual que emanava do ambiente. A gente saia fortalecido e sem palavras ante a magnitude da espiritualidade.
Tive dificuldade em aceitar o relacionamento de Dona Didi e com o senhor José Nascimento. Acho que a gente a admirava tanto, que pensávamos que ele não estava à sua altura. Inicialmente, ele era casado e sua esposa estava com câncer. Nós íamos lá aplicar-lhe passes. Ela desencarnou e meses depois o senhor José e Dona Didi se uniram.
Didi, com neto Gustavo ao colo e José Nascimento Dantas, em 1979. |
Dona Didi era uma pessoa honesta, trabalhadora, incansável, responsável, tinha uma força espiritual digna de nota. Quantas vezes participei de trabalhos dirigidos por ela e seus guias, às vezes estava chovendo, mas a entidade não permitia que a chuva atrapalhasse o trabalho e víamos chover ao redor, mas aquele círculo de luz onde estávamos permanecia seco.
Dona Didi era excelente em termos de relacionamento. Muito positiva, falava o que era preciso e só falava o necessário com cada um de nós. Era líder por excelência! É difícil dizer o que a Dona Didi significou em minha vida. Para resumir, digo que tudo o que sei aprendi com ela e com Pantera! Ela, como médium, era exemplo de dedicação, disciplina, de respeito e amor incondicional. Como pessoa, sei que Dona Didi era querida e admirada por todos, apesar de só ter convivido com ela junto à espiritualidade.
Filha Celina, netos André e Paula, genro Luiz e Didi, 1986. |
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