quinta-feira, 15 de novembro de 2012

DIA DA UMBANDA


Didi, familiares e amigos, jul.96.
Dia 15/11 é comemorado o Dia da Umbanda, a primeira religião genuinamente brasileira. Lembrei-me de minha mãe e de sua fé inabalável em sua crença. Ela abdicou de sua vida social, cumprindo com competência, dedicação, humildade e amor os compromissos assumidos junto à espiritualidade, desde a sua coroação na Tenda do Caminho,
 na década de cinquenta!
Sabe-se que foi no dia 15 de Novembro de 1908 que o médium Zélio Fernandino de Morais, então, com 17 anos, incorporou o espírito de um caboclo brasileiro. 
Didi, 80 anos. E filhas.
O Sr. José era o cambono do Senhor Zélio à época e perguntou o nome da entidade. Essa respondeu que poderia ser chamada de Caboclo das Sete Encruzilhadas, pois, para ele, não haveria caminhos fechados. Acrescentou, ainda, que vinha trazer a Umbanda, uma religião que harmonizaria as famílias e haveria durar até o fim dos tempos.
Naquele dia o Caboclo das Sete Encruzilhadas acabou por declarar fundado o primeiro templo de Umbanda no Brasil.
Após essa manifestação, o médium Zélio se dedicou profundamente a disseminar os conhecimentos desenvolvidos pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Após repassar as informações de como realizar os cultos de umbanda, o caboclo passou à sua prática, realizando curas nas pessoas que procuravam ajuda no centro do Senhor Zélio.
Abadia, antigo médium do CEIC.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas recebe então, de seu astral superior, ordens para fundar outros sete centros de umbanda, disseminando assim, a doutrina da sagrada umbanda.
Existem alguns conceitos que regem a Umbanda. Crença em um Deus único e onipotente; crença em entidades superiores: orixás, anjos, e santos; crença em guias, que são mensageiros de Orixás; existência da alma e sua sobrevivência após a morte; prática da caridade desinteressada; lei do livre arbítrio; o ser humano como síntese do universo; crença na existência de vida inteligente em todo universo; crença na reencarnação e na lei cármica; direito à liberdade para todos os seres.
Neto Amaro com Avó Didi,2004. 
A Umbanda, além desses conceitos, se baseia na verdade do espírito eterno, que passa por várias encarnações terrenas e tem a possibilidade de evoluir ou não de acordo com sua vivência.
A prática da Umbanda traz diversos rituais, como o casamento, o batismo, o amaci ou banho de ervas, a coroação, entre outros, dependendo do regimento de seus templos.
Dona Didi foi médium umbandista por cerca de quatro décadas! E, em seu nome, hoje eu saúdo a Umbanda cumprimentando todos os umbandistas que trabalham em  nome do bem e do amor em prol da cura e da evolução da humanidade! Salve a linha da água e a linha do oriente!


Ana Júlia e Breno, bisnetos
da Dona Didi.
Oxalá, nosso Pai Maior.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DONA DIDI E A LEI DE AMRA

Didi, neto Otávio e bisneto Frederico.

Os filhos biológicos ou espirituais de Dona Didi aprenderam com ela uma importante lição – a doação! Sei que minha mãe era iniciada em várias correntes de pensamento místico e sua prática constante da chamada Lei de Amra acabou influenciando a todos que conviveram com ela, de maneira muito positiva.
Didi e filha Clélia.
Há um antigo costume, registrado em todos os documentos Rosa-cruzes, denominado Lei de AMRA. Esta lei tornou-se uma doutrina sagrada entre os egípcios e, mais tarde, entre os judeus, em suas práticas religiosas. Foi finalmente adotada pelo cristianismo. Originalmente, tratava-se de uma lei mística e os estudantes  Rosa-cruzes ainda a consideram como tal, embora muitas religiões modernas a tenham transformado numa lei puramente material.
Didi, Divina e Luzia Pimenta.
A Lei de AMRA é a seguinte: se você ora ao Deus do seu Coração, suplicando algum auxílio especial em caso de doença, preocupação, adversidade, tribulação ou problema financeiro, e sua prece, ou seja, sua petição, é atendida, você tem o dever de fazer uma compensação, não apenas  por meio de uma prece ou um sentimento de gratidão, mas também transferindo a outrem um parte da benção que recebeu.
Air, Didi, e Sonia, 1982.
Se você pediu uma melhora de saúde, alívio de alguma dor ou algum sofrimento, a aquisição de alguma coisa material, ou auxílio em seus negócios e sua posição social, então, segundo a Lei de AMRA, você deve assumir moralmente o dever de destinar uma pequena quantia em dinheiro ou algum outro bem material, e fazer outra pessoa feliz ou em paz com o mundo. A menos que isto seja feito cada vez que você receba uma benção, você não poderá devidamente fazer futuras petições de outras bênçãos.
Didi, Regina, Celina e Paulinha, 1993.
Bené e Didi, 1997.
Como estudante rosa-cruz que sou pratico uma meditação que chamamos de Sanctum Celestial. Durante aqueles minutos de harmonização praticados regularmente, também estamos em busca de auxílio e bênçãos diversas. Assim,  procuramos adotar voluntariamente a Lei de AMRA, mantendo um envelope ou uma caixa em que depositamos algumas moedas a cada  vez que recebemos alguma resposta para nossa petição. 
Didi e a neta Fábia, 1992.
As pequenas quantias assim depositadas podem ser mantidas como um fundo sagrado e nunca devem ser usadas para qualquer objetivo pessoal ou egocêntrico.
Sonia, Clélia, Didi, Júnior e Regina.
Neta Renata  com tio Air, 2012.
No final do mês, ou a cada dois meses, a quantia acumulada pode ser destinada a ajudar alguém que estivesse doente, alguma criança necessitada, algum movimento ou organização beneficente ou qualquer causa que julguemos pertinente. O próprio peticionário deve assumir o dever de, secreta e anonimamente, fazer algum bem com esse dinheiro.
Dona Didi praticava a caridade material, mental, emocional e espiritual no dia a dia e quem conviveu com ela pode lembrar-se de como  esse ensinamento  foi benéfico em nossas vidas.
Dona Didi cuidava da Creche Casa do Caminho.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

DIA DE SÃO JORGE


Bisnetos holandeses de dona Didi: Rafa
e Victoria, junto com a tia avó Regina.

Hoje é dia de São Jorge, o santo guerreiro. Minha mãe tinha especial devoção por este santo. Uma vez ela presenteou cada um de seus sete filhos com uma imagem do São Jorge colorida. Não tenho mais a minha, mas lembro-me que achei que ela destoava da decoração do ambiente na época e a pintei de cor neutra.  Quando eu era pequena costumava observar a lua ao lado de meus irmãos e acreditávamos que podíamos vê-lo nitidamente, no interior do satélite, lutando contra um pretenso dragão! Dona Didi gostava de estimular as nossas fantasias infantis e sou grata a ela por isso!

Imagem de São Jorge ou Ogum.
Nesta data, os espíritas costumam saudar este santo tomando banhos de cachoeira para limpeza de seus corpos invisíveis. No Rio, todo dia 23 de abril, os fiéis se aglomeram diante de sua imagem em Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Quintino, Centro e Santa Cruz, onde ocorre a tradicional cavalgada. Soube que, em Padre Miguel, o dia de Jorge será festejado também com um megashow gratuito.
Tamanha devoção deve-se à história do santo, um mártir cristão. Entre tantas lendas, ele sempre aparece como guerreiro imbatível. A mais propagada pela Igreja Católica é a do soldado da Capadócia (Turquia) e militar do Império Romano. Mas ele passou a lutar contra o imperador Diocleciano, que exterminava os cristãos. Jorge, que nunca escondeu sua fé cristã, fez milagres curando os torturados pelos inimigos pagãos. Foi decapitado em 23 de abril de 303, aos 23 anos.

Fábia é neta de Dona Didi e foi campiã  de
canoagem. Ela é fã de São Jorge também!
Ele é denominado São Jorge para os católicos e Ogum para os seguidores de religiões afro-brasileiras. O nome não tem importância, a boa energia é o que realmente importa, neste país de miscigenação, que caminha a passos largos contra todo tipo de preconceito e intolerância, a favor dos direitos humanos.
Quer seja São Jorge ou Ogum, o santo nos serve como exemplo de confiança em dias melhores! Também nos estimula a fé de que se persistirmos em nosso objetivos, alcançaremos a vitória! Salve São Jorge!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

TEMPO DE PRECE

Minha mãe  - Didi - e sua neta Fábia, 1992.
Nestes últimos dias, sinto-me bastante cansada e tenho necessidade de oração. Muitas vezes tenho percebido a presença de minha mãe e imagino que ela interceda por sua família espiritual. Creio que tem a ver com o período de transição por que passamos na terra. Não sei como expressar o que sinto e opto por me calar e permanecer na Shamballa.

Acabei arranjando uma crise alérgica e comecei a sentir cheiro de mofo por toda a casa. A chuva permanece, temos muitas árvores grandes ao redor e, consequentemente, mais umidade em nosso espaço. Mas desde ontem, melhorei um pouco! Há quatro dias tento marcar uma consulta com nosso querido Doutor Imar, mas a procura é muito maior que a oferta e até agora não tive sorte!

Marco Antonio e Ione Araujo, Rib. Preto.
Este momento por que o planeta passa me atinge bastante e preciso da oração. Reitero que sempre fiz uso da prece como alimento espiritual. É uma necessidade própria de meu espírito. Agradeço ao cósmico deter um pouco de fé. Essa me sustentou nos momentos de crise da existência. Para mim, a prece é uma espécie de conversa mental que mantenho com a energia divina, independente do nome que cada religião lhe dá.

Quando o místico ora, ele sabe que sua prece não opera modificações na Lei, que é imutável; altera-nos, contudo, o mundo íntimo, que se energiza beneficamente, de forma a enfrentarmos com mais força as provas, que se atenuam ao influxo da comunhão com o mundo espiritual superior.

Aleixo, Angelo, Victoria e Rafael, na Holanda,
set. 2010.
Um homem, ao subir uma montanha, sente-se vencido pelo cansaço, pelo suor, pela exaustão, pela fome; para, por alguns minutos, à sombra generosa de uma árvore. Depois, retoma a caminhada, já fortalecido após o pequeno descanso. A prece, como alimento espiritual, produz efeito semelhante.

Quando as provas do mundo ameaçam a estabilidade espiritual, devemos buscar na prece a restauração de nossas energias, a fim de que refeitos, à maneira do homem da alegoria, prossigamos a caminhada. Roguemos a Deus valores eternos que se incorporem à nossa individualidade imperecível, de modo a superar, nas diversas frentes de experimentação a que nos conduz o esforço evolutivo.

Didi, Regina, filhos e sobrinhos, 1974.
Sei que a verdadeira prece não deve ser recitada, mas sentida. Não deve constituir apenas cômodo processo de movimentação de lábios, emoldurado por belas palavras, mas uma expressão de sentimento vivo, genuino, a fim de que realizemos legitima comunhão com a Espiritualidade Maior.

Orar em silêncio, no recesso do lar, é prática recomendada pelo Cristo, contrapondo-se à oração repetitiva, proferida com a intenção de que seja o ato observado por terceiros. Com a prece em conjunto, representando autêntica comunhão de propósitos, mais forças têm os homens para atrair a si as boas energias. É o que acontece quando a gente frequenta qualquer casa de oração!

Aleixo, Regina e netos: Matheus e Juju.
À medida que o homem evolui, ele consegue orar mais pelos semelhantes do que por si mesmo. Pensa muito mais nas necessidades alheias do que nos próprios interesses, embora reconheça suas necessidades e para elas rogue sempre o amparo divino. A prece por outrem dilata a capacidade de amar e servir, com a consequente redução dos impulsos egoísticos que tão alto ressoam em nosso mundo interno. Como reikiana, costumo enviar também reiki a distância a todos que se encontrem necessitados!

Símbolos usados por Dona Didi, no CEIC.
A bênção do amor de Deus chega até nós, os irmãos do caminho, por meio da prece! Essa, além de nos fortalecer o coração, amplia nossa visão espiritual com relação aos problemas do mundo, dos homens, da sociedade e das provas remissivas com que a Justiça Equânime nos reconduz ao Pai, pelas luminosas vias do progresso e da felicidade.

sábado, 31 de março de 2012

DEPOIMENTO DA NETA RENATA MARINS


Neta Renata  com os bisnetos
de Dona Didi: Rafael e Ma Vitória.
Renata Carolina de Araújo Marins Peixoto é a filha da gêmea Luiza e neta de Dona Didi. Segundo seu depoimento, Dona Didi foi também sua mãe, além de avó e seu exemplo de vida.



Sempre me lembrei da minha avó como uma pessoa muito querida e respeitada. Quando eu a descrevo, sempre digo, quando eu era criança e andava com a minha avó no centro de Goiânia, não podíamos andar mais de cinco minutos sem que alguém nos parasse. Ela era para mim e muitos outros um ícone, e, para uma criança da minha idade naquele tempo, ela era a minha heroína.

Netos da Dona Didi, na Creche. Renata é
a primeira menininha de rosa à esquerda.
Eu me sentia completamente protegida quanto estava ao seu lado. Gostava de vê-la como o centro da família! Ela tinha a capacidade de unir todos os membros da família de um modo único, incomparável.

Sempre senti uma forte conexão com ela, uma coisa quase inexplicável. Eu não consigo colocar em palavras todo o sentimento e a emoção que a sua lembrança me traz.


Luiza, Renata e crianças: Angelo,
Rafael e Maria Victoria.
Já passei por muitas provações na minha vida, mas sou a pessoa que eu sou, devido ao apoio e ao amor incondicional de dona Geraldina. Aliás, minha querida avó, mãe da minha mâe, dos tios e das tias, além de mãe de tantas pessoas!  Didi,  a companheira,  a amiga genuína, sempre se esforçando para dar o melhor de si em benefício dos outros!

Para mim, vovó Didi foi a minha maior lição de vida! E sou grata por ter tido o privilégio de ser sua neta e poder ter convivido com ela!

Desde que me percebi como pessoa, ela me ensinou a ajudar o próximo. Seu exemplo de doação era incrível! Eu me lembro de ela me induzir a levar os brinquedos de que não precisava para a creche que ela fundou junto com os seus irmãos do caminho.

Prima Paula e Renata.
Inexperiente, eu ainda não entendia bem o valor do que ela me transmitia. Realizava tudo sem o menor reconhecimento da grandeza do aprendizado que, mesmo tão jovem, eu recebia. Eu, hoje, posso dizer e me orgulho ao fazê-lo de que sou a pessoa que sou por causa dela, minha querida e amada vovó Didi.

Há muito tempo prometi a Tia Regina um depoimento para o blog de minha avó e nunca encontrei maneira de expressar o que realmente sinto.

Didi na Creche Casa do Caminho.
Hoje, fui escrevendo o que pensava e sentia com a minha limitação da língua portuguesa, depois de viver mais de duas décadas no exterior.

Sempre achei difícil me expressar sobre ela. Não encontro palavras que cheguem ao alcance do meu sentimento. Minha avó sempre será a pessoa mais importante em minha vida! Sei que, onde ela se encontra, ela continua velando por todos os seus filhos de amor!

 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

HISTÓRIA DOS ARAÚJO

Bruno César Araújo e seu filhinho Heitor.

Dona Didi casou-se em 11 de novembro de 1937, com meu pai José Araújo. Ele veio a falecer em 15 de junho de 1967. Araujo foi o fundador do Centro Espiritualista Irmãos do Caminho que surgiu oficialmente a partir da orientação da espiritualidade, em 1962. O núcleo foi um desmembramento da Tenda do Caminho, hoje, Irradiação Espírita Cristã, que na época manteve apenas a linha kardecista.
Meu sobrinho Bruno fez uma pesquisa sobre a origem do nome Araújo e me enviou como contribuição para o blog de sua avó. 
Heitor L. Araújo é bisneto de Dona Didi.
A palavra Araújo é oriunda do complexo linguístico galego-português, formado pelo antigo falar do português do Norte e pelo galego. Também se escreve Arujo e significa "argueiro". Possivelmente Rodrigo Anes de Araújo, senhor do Castelo de Araújo, na Galiza, foi o primeiro a adotar o apelido Araújo; e seu bisneto Pedro Anes de Araújo se passou para o Reino de Portugal, em torno de 1375, tendo sido o primeiro Araújo de Portugal. A evolução histórica do português do Norte e do Galego deu origem ao moderno português.
Rodrigo Aires de Araújo casou com D. Maior Álvarea de Aza, sua parenta, filha de D. Rodrigo Álvares de Aza e de sua mulher, D. Maria Pires de Ambia, casamento que Manso de Lima considera improvável. Deste Rodrigo Anes descenderam os Araújos de Galiza, onde foram senhores de muitos lugares, Vasco Rodrigues de Araújo e de sua mulher, o qual era neto do primeiro Rodrigo Anes, passaram a Portugal, cujos reis serviram e foram progenitores das famílias destes apelidos existentes no Minho ou dessa província derivadas. 
Burno e  Heitor, em Ribeirão Preto, SP.,
em 06.04.2008.
Bruno Cesar de Araujo nasceu em 27 de abril de 1969, primogênito, 42 anos. Afirma que sua origem portuguesa é evidente e histórica, com a chegada de seus tetravôs, em Pernambuco, no dia 22 de novembro de 1853. Mais tarde aconteceu a mudança de seu avô José Araújo, em 1934, para Goiânia, Goiás. Seu avô foi um dos primeiros comerciantes de Goiânia, haja vista que a cidade se tornou capital em 1933. Seu pai, Marco Antônio de Araújo mudou-se para Ribeirão Preto, São Paulo, em 30 de janeiro de 1992. E lá, parte da família Araújo continua com o nascimento de seu filho Heitor Lucchetti de  Araujo, em 13 de outubro de 2007, dentre outros tantos bisnetos. 
No Brasil, segundo dados do IBGE, mais de três milhões de pessoas têm o sobrenome Araújo. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

LEMBRANÇA DE ANIVERSÁRIO


Regina lembrando Dona Didi, sua mãe.

Imaginem que hoje as crianças escolhem temas para as suas festas de aniversário. Quando eu era criança, não havia tanta oferta, múltiplas opções para a decoração das mesas de aniversário.

Todavia, minha mãe quis comemorar bem meus nove anos. Talvez porque soubesse que logo eu seria uma mocinha e preparou-me uma linda mesa.

Tudo era feito artesanalmente. Vários ovos de patas, galinhas e até um de ema foram pintados e cobertos com purpurina. O tema era a galinha e os pintinhos, confeccionados delicadamente com lã amarela. Meu vestido era de organdi azul, bordado com ponto de sombra, tinha nervuras, ajour e 120 botõesinhos, também cobertos de organdi.

Grauçá ou Maria Farinha, meu convidado caranguejo
Agora, mais de cinco décadas após, um grauçá adentrou o espaço da Pousada do Farol, em São Bento do Norte, RN., e se fez o tema de minha festa de aniversário.

Soube, depois, que para ficar longe do alcance da água, a maria-farinha cava buracos na areia, preferindo o limite extremo da praia, onde a vegetação se instala. É aí que esse caranguejo amarelo e branco constrói sua toca, cavando-a com as quelas, que ele usa como escavadeiras, transportando para longe a areia retirada.