Regi me pede um depoimento sobre mamãe... Adiei quanto pude a tarefa, porque não é fácil, pra mim, falar sobre ela, em poucas palavras, mas, enfim, vamos lá... Vou tentar resumir meus sentimentos sobre essa mulher de quem tive a oportunidade de ser filha nesta encarnação.
Em criança, não tive uma convivência harmônica com minha mãe. Embora a respeitasse e lhe obedecesse, sem discussão, não concordava com suas atitudes ao priorizar o atendimento aos humildes e aos "irmãos" do Centro Espírita, deixando de acudir os filhos em algumas necessidades e ao próprio marido, que largava, muitas vezes acamado, para cumprir suas obrigações de médium.
Sofri muito com sua aparente indiferença ao meu desempenho escolar. Lembro-me de uma vez que ao chegar à casa radiante com a nota máxima conseguida em uma prova em que quase toda a turma tinha se dado mal, ouvi dela um comentário tipo "não fez mais do que a obrigação, está por conta de estudar".
Só fui compreendê-la mais tarde, quando me casei e tive meus filhos. Aí passei a entender e admirar a sua performance. Meu Deus, como criar aquele monte de filhos e achar jeito ainda de acolher outros tantos, filhos alheios que vinham parar à nossa porta e durante o tempo em que ali permaneciam recebiam o mesmo que os filhos da carne? Nossa irmã espiritual – Bené -, a quem ela sempre se referia como filha de criação, é um desses exemplos. Pude entender, com a maturidade, o seu critério de proteger os rebentos mais necessitados. Dona Didi, com singeleza, seguia a máxima do grande Rui Barbosa, evitando tratar igualmente os desiguais.
Desnecessário discorrer sobre a sua obra filantrópica e sobre os seus feitos mediúnicos, tão do conhecimento da comunidade espírita. Hoje considero um grande privilégio ter nascido naquele lar e sou infinitamente grata a José e a Didi, meus pais, por tudo que fizeram por mim e pelo exemplo de amor ao próximo que legaram a seus descendentes. Onde quer que estejam, sei que continuam o seu mister de servir. Que Deus os abençoe sempre!
Clélia
Em criança, não tive uma convivência harmônica com minha mãe. Embora a respeitasse e lhe obedecesse, sem discussão, não concordava com suas atitudes ao priorizar o atendimento aos humildes e aos "irmãos" do Centro Espírita, deixando de acudir os filhos em algumas necessidades e ao próprio marido, que largava, muitas vezes acamado, para cumprir suas obrigações de médium.
Sofri muito com sua aparente indiferença ao meu desempenho escolar. Lembro-me de uma vez que ao chegar à casa radiante com a nota máxima conseguida em uma prova em que quase toda a turma tinha se dado mal, ouvi dela um comentário tipo "não fez mais do que a obrigação, está por conta de estudar".
Só fui compreendê-la mais tarde, quando me casei e tive meus filhos. Aí passei a entender e admirar a sua performance. Meu Deus, como criar aquele monte de filhos e achar jeito ainda de acolher outros tantos, filhos alheios que vinham parar à nossa porta e durante o tempo em que ali permaneciam recebiam o mesmo que os filhos da carne? Nossa irmã espiritual – Bené -, a quem ela sempre se referia como filha de criação, é um desses exemplos. Pude entender, com a maturidade, o seu critério de proteger os rebentos mais necessitados. Dona Didi, com singeleza, seguia a máxima do grande Rui Barbosa, evitando tratar igualmente os desiguais.
Desnecessário discorrer sobre a sua obra filantrópica e sobre os seus feitos mediúnicos, tão do conhecimento da comunidade espírita. Hoje considero um grande privilégio ter nascido naquele lar e sou infinitamente grata a José e a Didi, meus pais, por tudo que fizeram por mim e pelo exemplo de amor ao próximo que legaram a seus descendentes. Onde quer que estejam, sei que continuam o seu mister de servir. Que Deus os abençoe sempre!
Clélia
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