sexta-feira, 15 de julho de 2011

FAMÍLIA TRAPO


José Araújo, na década de quarenta,
chefe da Família Araújo, em Goiânia.
Papai costumava dizer que nós éramos a Família Trapo. José Araújo se referia a uma família de cantores que se tornou famosa no mundo e que nós todos conhecemos por meio de filme americano bem popular na época.

Von Trapp é o nome da família de cantores austríacos, cuja história foi contada em livro pela matriarca Maria Von Trapp. O livro inspirou o filme The Sound of Music que os tornou imensamente populares em todo o mundo.

Maria e o Comandante Naval Georg Von Trapp casaram-se em 1927, depois de ela ser convidada pelo capitão para deixar o convento onde ela estudava teologia e era uma noviça, tornando-se a sua governanta. Georg tinha sete filhos e era viúvo.

Didi, neto Otávio e primeiro bisneto Frederico, dez.93.
Em 1935, Georg perde sua fortuna com a falência do banco austríaco onde estava depositada toda a fortuna da família e para sobreviver ele começa a cantar profissionalmente junto com sua família.

Após se apresentarem num festival de música, o sucesso fez com que começassem a cantar em turnês pelo país. Após a anexação da Áustria pela Alemanha nazista em 1938, o antinazista George fugiu com a família, pelos Alpes, para a Itália e de lá para os Estados Unidos, enquanto a mansão onde moravam em Salzburgo se tornava o quartel-general da SS de Heinrich Himmler.


Cinco primeiros componentes da Fábia Trapo, 1958.
Chamando a si mesmos de Cantores da Família Trapp, agora com dez crianças em vez de sete, três deles filhos de Maria e Georg, os Von Trapp passaram a guerra se apresentando em concertos por todos os EUA e depois pelo mundo.

Após a guerra, eles fundaram a Trapp Family Austrian Relief Inc., uma entidade criada para enviar toneladas de roupas e comida ao povo austríaco afundado na pobreza e na fome do pós-guerra.

Georg Von Trapp morreu de câncer em 1947 e alguns anos depois a família se separou e Maria e dois de seus filhos foram ser missionários no Pacífico Sul. Ela voltou aos Estados Unidos depois de algum tempo e morreu em 1987 em Vermont, aos 82 anos, local onde haviam se instalado desde a fuga da Europa.


 Gêmeas Maria Celina e Maria Luiza Araújo, duas
 últimas componentes da nossa família Trapo, 65.
O livro escrito por Maria nos anos 50, The Sound of Music, virou um grande best-seller e foi tornou-se um grande sucesso musical nos palcos na Broadway.

Depois, o filme foi levado ao cinema e, com a atriz Julie Andrews fazendo seu papel, foi um dos maiores sucessos cinematográficos de todos os tempos, faturando cerca de Um bilhão de dólares em moeda atual apenas nos EUA.

Entretanto, como Maria havia vendido os direitos de filmagem por apenas dez mil dólares, a família Von Trapp não pôde se beneficiar do enorme sucesso comercial do filme.

Didi, genros Alvaro e Luis, filhas Regina, Celina, Clélia
e Sonia , filho Júnior e nora Terezinha, em agosto de 1995.
Papai tinha grande sensibilidade musical. Apesar de não cantar ou tocar qualquer instrumento, ele e mamãe nos incentivavam a estudar música, sempre repetindo que ela educa o nosso espírito.


Marco, Clélia e eu estudamos piano. Sonia chegou a ganhar um acordeom. Depois papai perdeu o emprego na Wallig, sua enfermidade foi se agravando com o tempo e a nossa vida financeira ficou mais difícil. Nosso piano foi vendido após a sua morte.

Didi, Tanit e Clélia, em Goiânia, junho de 1992.
Todavia, o único com verdadeiro talento musical é nosso irmão mais velho – Marco Antonio que reside em Ribeirão Preto com a família. Desde pequeno ele toca qualquer instrumento apenas de ouvido!

Mamãe gostava muito de cantar e tudo que canto aprendi com ela, em nossas pequenas viagens de carro, nos finais de semana, ou ajudando-a a fazer as gêmeas dormirem. Dona Didi era bastante afinada, mas quando se esquecia da letra musical, inventava outra frase e não perdia o tom! Ainda faço o mesmo e tenho que ter cuidado nos hinos que entoamos no CEIC.

Família de cantores austríacos que conhecíamos pelos filmes na década de cinquenta.


Um comentário:

  1. Hoje, 15 de julho era a data do verdadeiro natalício de Dona Didi. Ela só o soube poucos anos antes de desencarnar e sempre comemorou seu aniversário em 8 de novembro. Todavia, quando foi casar-se não tinha idade suficiente e seus pais adotivos a registraram no ano anterior.

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