quarta-feira, 11 de agosto de 2010



MEMÓRIAS DA DONA DIDI – 6ª ETAPA



Capítulo XXV



Em 19 de julho de 1958, partiu para o plano espiritual Dr. Colombino Augusto de Bastos, deixando-nos uma grandiosa lacuna em nossos espíritos.

Ele foi cumpridor de sua tarefa mediúnica e tornou-se um irmão dedicado de todos nós do núcleo. Por obra do auxílio do Alto trabalhei na direção da Tenda do Caminho por quatro anos, quando recebi ordens para construir o Centro Espiritualista Irmãos do Caminho, na Rua 8”A”, esquina com a Alameda das Rosas, no Setor Oeste. A inauguração deste centro se deu em 22 de dezembro de 1962, lá ficamos trabalhando por 20 anos.

Didi e o neto Bruno, 1972

Minha casa vivia cheia de crianças, de vez em quando chegavam meninas, mocinhas, punham crianças em cestinhas em minha porta... Graças a Deus, dava conta de ser mãe de todos!

Um dia puseram um menininho recém-nascido em nossa garagem. Ficou lá o dia todo sem que ninguém visse. A sorte dele é que José deixou o carro na oficina para conserto, senão teria passado por cima da criança, mas a friagem da garagem durante o dia o resfriou e ele morreu com apenas três dias. Nós o batizamos de Flavinho antes que partisse. Mais uma alma que foi para o céu.


 





Capítulo XVI






A voz dizia: - Filha, é preciso se preparar, vem aí uma missão na qual você não poderá falhar, tampouco recuar.


Quanto mais eu ficava querendo saber o que era, mais a voz me orientava.


- Depende de você, filha, esta missão dará oportunidades máximas ao seu espírito tão endividado do pretérito... São dois espíritos muito ligados a você desde priscas eras, e representarão, talvez, a razão de sua existência, hoje, na terra. São espíritos que você muito amou e continuará amando demais... José Araújo, seu esposo, irá desencarnar, deixando você no leme do barco a conduzir toda esta corrente dadivosa de filhos afeiçoados que dependerão da sua exemplificação em todos os lances da vida... Vamos em frente, continue com esta fé inabalável e o Senhor dos Mundos lhe dará forças para não desertar no meio da estrada.




Didi e amiga, na Bahia


À noite, quando me destinava a descansar e dormir, ía eu a ignotos mundos, sendo uma dos doze reunidos, que éramos orientados. Imensos jardins, milhares de flores deixavam o seu perfume por onde nós passávamos. Suave brisa refrescava nossas mentes das atribulações passadas durante o dia.


- Filha, estamos preparando você para novamente ser mãe, dizia a voz. Mãe, duplamente, e disto dependerá o resgate de seu carma adquirido em épocas passadas.







Capítulo XVII

Maria Celina, 1962
Na manhã de 29 de maio de 1961 aconteceu algo maravilhoso. Nasceram as minhas filhas lindas, sapecas, levadas. José ficou encantado e contentíssimo com o nascimento de nossas filhas da Dª Gercina, na Rua 4, centro.

José comprou um berço duplo, mas não conseguimos deixá-las juntas. Maria Luiza unhava a Maria Celina, dava-lhe surras de unhadas. José comprou outro berço para colocar a Maria Celina.


Maria Luiza, 1962

-Meu Deus, como mudou o meu lar! As gêmeas ocupavam todos da casa. Choravam muito. Eram tão parecidas que tivemos que colocar uma pulserinha na Maria Luiza, porque quando elas adoeciam eu dava remédio a uma delas duas vezes e a outra continuava doente... Eram duas bonequinhas, muito parecidas com José, meu esposo.

Durante quatro meses eu permaneci quase sem dormir, cuidando delas. Tínhamos uma mocinha chamada Edyr que me ajudava à noite. Regina e Clélia também ajudavam durante o dia, principalmente.
Gêmeas, em 1965




Um comentário:

  1. Tia Ré,


    É emocionante ler os depoimentos e os textos da minha vó!
    Parabéns pelo blog, com certeza é muito bonito manter os pensamentos da minha vó vivos...



    Beijos,


    Tatá

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