Júnior, Didi, 1955. |
Sempre disseram que os filhos do sexo masculino têm maior ligação com as mães. Isso aconteceu na minha vida! Tive a bênção de ter como mãe Geraldina de Araújo – Didi – e a nossa convivência sempre foi muito especial! Ela foi a super mãe com quem pude contar sempre. Sua capacidade de amar era infinita! Tinha sempre muito amor em seu coração para dividir com os filhos, os irmãos de fé, os enfermos, os necessitados! Minha mãe será sempre a pessoa mais importante de minha vida! Desde criança ela foi meu ponto de apoio. Lembro-me de que aos quatro anos fui pegar o pão na caixa elétrica do alpendre e tomei choque, ficando gago durante algum tempo. Meu pai não tinha paciência com minha gagueira e minha mãe sempre me defendia. No centro disseram que eu havia sido alemão, desencarnado na última guerra e isso comprometia a minha comunicação. Tratei-me com o Dr. Fritz por bastante tempo e me curei completamente.
Com 11 anos fui para o Educandário Frei Leopoldo, em Hidrolândia, mas era um seminário, perceberam que não tinha vocação e voltei ao final do ano. No ano seguinte fui estudar em Silvânia, no Ginásio Anchieta, onde permaneci até os 16 anos. Meu pai já havia falecido nessa época. Passaram-se mais dois anos e fui para o exército. Minha mãe levantava de madrugada para arrumar o café para mim. Exceto os dias em que eu estava de serviço, voltava para casa à noite, trazendo as fardas para serem lavadas. Saí do quartel, voltei a estudar e, no cursinho, conheci minha primeira esposa com quem tive os dois primeiros filhos.
José Araújo Júnior, 18.08.2010. |
Durante os sete anos em que fiquei casado, não tive muito contato com minha mãe. Eu trabalhava muito, morava longe e minha esposa esteve sempre doente, vindo a falecer prematuramente, deixando meus primeiros dois filhos - Amaro e Aline - com 05 e 06 anos respectivamente. Então, voltei a morar com minha mãe e o senhor José por alguns meses.
No ano posaterior, casei-me com Eurípedes Terezina. Ela morava na Creche junto com a zeladora da instituição. Temos mais duas filhas. Hoje todos estão formados e duas de minhas filhas casadas já me deram netas.
Freqüentei o CEIC como médium durante alguns anos, juntamente com minha esposa Terezinha e meu filho Amaro. Tê atuou também como coordenadora da Creche durante algum tempo. Nós nos afastamos com a saída da mamãe em 97. Minha mãe sofreu muito com este afastamento e isto se agravou com o falecimento de seu companheiro no ano seguinte.
Didi, Tê, Júnior, Luciana e Aline (netas), 1985 |
Era o ano 2002. Estávamos preocupados com o fato de mamãe morar sozinha e todos os filhos que moram em Goiânia ofereceram a sua casa! Ela escolheu a minha e pude lhe dar assistência diária e noturna até os seus últimos suspiros.
Aconteceu assim... Um dia fui visitar minha mãe após a sua saída do centro e a morte de seu companheiro José Nascimento Dantas. Ela estava muito sozinha e descia de seu apartamento para conversar com o porteiro do Edifício Trianon. Eu a convidei para vir morar comigo, ela aceitou imediatamente e, uma semana depois, veio para minha casa onde ficou até seu desencarne.
Ela partiu para o mundo espiritual em meus braços, no Hospital Jardim América. Seu cardiologista nos avisou na quinta feira que nada mais haveria a fazer. Restava à família decidir se ela iria para a UTI ou permaneceria no apartamento com os recursos necessários e a assistência dos filhos e amigos. Foi esta a nossa escolha! Ela mudou de plano no domingo à noite, dia 13 de fevereiro de 2005.
Tive muito dificuldade em aceitar a sua partida. Tinha me habituado a passar o tempo todo dando-lhe assistência: carinho, alimentação, necessidades de higiene. Ela exigia a minha presença o tempo todo e a sua falta me fez sentir um vazio terrível. Felizmente, o tempo ameniza todas as dores, mas como ela me faz falta!
Hoje rezo para ela estar em um bom lugar. Sonho muito com ela. Dois dias após a sua partida, ela veio à janela de meu quarto à noite se despedir de mim. Apareceu com alguém de branco que a amparava e me acenou sorrindo enquanto se afastava...
depoimentos como esse me fazem lembrar de toda trajetória da minha avó...e o quanto ela foi e sempre será importante em nossas vidas...Vó Didi, ainda lembro perfeitamente daquele domingo em que você partiu, nos deixando eterna saudade...te amaremos sempre!!!
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