Air e Didi, 1986 |
Conheci a Dª Didi em uma situação peculiar. Não conhecia nada do espiritismo, entretanto, já estivera em Congonhas com o Zé Arigó. Isto ocorreu quando entrei em contato com a realidade espírita. Naquela ocasião trabalhava conosco Isorico Godoi que já conhecia a doutrina espírita e freqüentava o centro. Ele me convidou para tomar passes e fomos ao CEIC, à Rua 8 “A”, no Setor Oeste. Sentamos no centro da platéia e fomos surpreendidos pela voz grossa do irmão Emídio, que me chamou:
- Irmão Air, o mentor quer falar com você!
Ninguém me conhecia, exceto a irmã Didi que estava incorporada, mas me disseram que há muito tempo eu era esperado para desenvolver a mediunidade. Após este encontro tornamo-nos conhecidos e fui incluído no grupo mediúnico da casa. Naquele tempo, a doutrina espírita e, principalmente, a Umbanda, era considerada como práxis diabólica por muitos, geralmente praticada por elementos irresponsáveis ou de má índole. Com o espiritismo e por intermédio de médiuns como a Dª Didi, o sentido divino dessas duas doutrinas se fundem no mesmo princípio: amor, fraternidade, caridade.
Falar da Irmã Didi como médium é falar da mediunidade em todas as suas faces. Receitista, médium de efeito físico, intuitiva, psicógrafa, vidente, psicofônica, médium de desdobramentos e de efeitos físicos, entre outras. Para falar da mediunidade de efeito físico assistimos por reiteradas vezes ao efeito da materialização de objetos, rosas, transporte a distância; na área de cura, assistimos, por muitas vezes, à materialização de tecidos, inclusive o cancerígeno, retirados dos órgãos afetados de diversos pacientes. Muitos dos quais com o odor característico da putrefação. Vimos extasiados, uma vez, materializados em suas mãos, em um trabalho de umbanda, ovos fresquinhos de codorna colhidos em plena mata.
O convívio com a irmã Didi era um ensinamento vivo a todo instante, pois ela estava sempre recebendo mensagens escritas ou psicofônicas de espíritos situados em outros planos. Verdadeira discípula do Cristo, porque não havia hora em que ela não estivesse pronta a atender a qualquer chamado de urgência, fosse para a cura ou libertação espiritual, o que fazia em detrimento de seu próprio descanso ou da convivência doméstica. Não esquecendo o pioneirismo implantado na cidade de Goiânia e arredores, pois o CEIC funcionou sempre como escola, além de hospital e oficina. Local em que se aprende até hoje o exercício mediúnico como função de vida.
Várias edificações físicas marcam este propósito, assim como uma nova sede para a entidade, construída no setor marista, uma creche edificada no Jardim América que se desdobrou em escola, ao lado da Casa do Caminho - Centro de Convivência do Idoso, não esquecendo o templo do culto à Umbanda, junto à natureza, realizado na chácara da Instituição, em Senador Canedo.
Todas as atividades aqui descritas continuam em pleno funcionamento, como atestado do trabalho incansável de Dona Didi em benefício da doutrina, agora realizado por seus seguidores.
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