sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

NATAL DA CRECHE CASA DO CAMINHO


Festa do Natal da Creche Casa do Caminho, 2011.
Sinto que a energia natalina realmente contribui para que as pessoas fiquem mais generosas e sensíveis às necessidades do próximo.  Pena que o objetivo comercial ofusque um pouco esse sentimento. Criou-se a necessidade de presentear os parentes, colegas e amigos e, muitas vezes, o corre-corre consumista acaba estressando as pessoas.

Todavia, o clima natalino é mesmo especial, apesar de muitas pessoas se sentirem tristes nessa época e não conseguirem entrar em sintonia com essa energia mágica. Isso acontece, sobretudo, com quem esteja passando por situações doloridamente dramáticas ou, ainda,  seja muito racionalista.

Sônia, Clélia e Regina, com crianças da creche.
Ontem foi a entrega dos presentes para as crianças da Creche e tudo aconteceu em clima de alegria. As crianças vibravam ao receber os kits e as madrinhas sentiam a energia benéfica de contribuir para a felicidade dos pequeninos. A emoção é indizível. A administração, as funcionárias  da creche e os organizadores do evento também participaram do lanche servido e da mostra do filme ecológico exibido pela Telma Morais.


Air,  presidente do CEIC., Regina e Clélia,
em 15.12.2011.
Minha sobrinha Paulinha,  cujo enlace matrimonial será daqui a uma semana,  vestiu-se de Papai Noel, animando a festinha da criançada. 

Dona Didi devia estar em alegre sintonia, porque suas cinco filhas, netos e bisnetos ali estavam participando desse natal solidário na creche que foi a razão de seu trabalho amoroso durante tantos anos!

Quero agradecer a todos que contribuíram para o sucesso de mais um natal solidário, citando o apoio de minhas irmãs espirituais:  Bené e Helen, além do empenho inestimável das irmãs biológicas, Clélia, Sônia, Luiza e Celina, entre tantos outros amigos e irmãos de caminhada, visíveis e invisíveis.

domingo, 4 de dezembro de 2011

A FRANCISCANA DONA DIDI


Regina lembrando a devoção
de Dona Didi.
Dona Didi era devota de São Francisco de Assis e a preta velha que ela incorporava chamava-se Mãe Francisca. Crescemos ouvindo os seus conselhos sábios na linguagem própria dos pretos velhos. Assim, todos nós desenvolvemos um carinho especial por aquela vibração. Mais tarde estudei sobre a fraternidade branca e pude entender algumas coisas que só conseguia sentir na época.

Imagem de São Francisco na  chácara
da filha de Dona Didi.
Kuthumi sustenta as virtudes do Segundo Raio, iluminação, sabedoria e discernimento e auxilia a todos que buscam a Verdade de Deus. A Ele é dado, em grande parte, o trabalho de estimular a manifestação de amor latente nos corações de todos os homens e de despertar, na consciência da raça, a percepção do grande fato fundamental da fraternidade.

Na Grande Fraternidade Branca Universal, Kuthumi ocupa o cargo de Instrutor do Mundo, juntamente com o Mestre Sananda. Sua função é transmitir a Verdade Divina ao homem por intermédio das religiões. Como um ser do Segundo Raio (amarelo/dourado), auxilia a todos que desejam conhecer as leis espirituais e serem bons instrutores de seus semelhantes. Atua em conjunto com o Grande Diretor Divino, Senhor Maitreya, no santuário deste, em Cachemira, na Índia.

Dona Didi na Creche Casa do Caminho, 1994.
Kuthumi teve antes de sua ascensão, muitas encarnações em nosso planeta. Numa de suas passagens pelo Egito, foi o faraó Amenófis IV, empreendedor do culto ao Deus Aton, Supremo Ser Universal representado pelo Sol. Por devoção ao Deus Uno, mudou seu nome para Akenaton (servidor de Aton) e procurou libertar o povo egípcio das falsas noções religiosas e superstições. Infelizmente, o culto à Grande Divindade teve curta duração no Egito, pois não foi sustentada pelos sacerdotes após à morte do faraó.

Dona Didi com seus netos  em festa na Creche do CEIC, 1985.
Nos anos 2000 a.C., viveu como rabino e participou da escritura do Novo Testamento e do Talmude, código moral e espiritual do povo hebreu. No ano de 570 a.C., encarnou como o grego Pitágoras, grande filósofo e ocultista. Sua trajetória de vida levou-o a estudar no Egito e na Babilônia, onde iniciou-se nos mistérios de Ísis e de Osíris, dos magos caldeus, dos zoroastristas e dos mosaístas. Ao retornar para a Grécia como um grande iniciado, fundou na ilha mediterrânea de Crotona sua famosa escola de filosofia esotérica, o Instituto Pitagórico, misto de colégio de educação, academia de ciência e cidade modelo.

Dona Didi com os filhos na casa do Air, 1998.
Ali o sábio ensinava que os deuses, diversos em aparência, eram os mesmos em todos os povos, visto que eles correspondiam a vários aspectos de um mesmo Deus, Supremo e Único. Pregava a tolerância para com todos os cultos; a unidade dos povos e das religiões. Pai da numerologia, Pitágoras ensinava também que os números continham o segredo de todas as coisas e que Deus era a Harmonia Universal.

Imagem do Mestre Kuthumi, segundo Fraternidade Branca.
Esse é o principal toque pessoal, que o Mestre imprimiu em todos os seus discípulos, através dos tempos: o pendor universalista, a vocação fraterna e Crística que, liberta de dogmas e separatismos religiosos, devota-se ao trabalho de unificação espiritual.

Em outra vida do Mestre, no tempo de Jesus, foi Baltazar, um dos três Reis Magos que seguiram a estrela de Belém, que na verdade era uma nave interestelar, e foram homenagear o nosso 49º Cristo que foi nosso doce Jesus. Mas, certamente, uma de suas mais belas experiências na Terra foi como Francisco de Assis, o jovem que abdicou da fortuna de sua família e abraçou a vida de serviço e adoração a Deus.

No século XIX, já como Mestre Kuthumi, viveu nos altos do Himalaia, no Tibet. Junto ao Mestre El Morya, fundou, em 1875, a Sociedade Teosófica por meio de Helena Blavatsky, a quem foram transmitidos os conceitos básicos da teosofia. Essa doutrina trouxe ao Ocidente o conhecimento esotérico da Índia.

Eu tenho especial afinidade com esta corrente vibratória e fiquei muito feliz por ganhar uma imagem de São Francisco de Assis recentemente. Agora ela integra a paisagem da nossa Shamballa e tenho certeza de que minha mãe a abençoa, onde quer que esteja. Afinal, a exemplo do santo, ela colocava em prática o amor universal, ajudando o próximo. E amava as crianças, os bichos, a natureza, com verdadeira dedicação! 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DONA DIDI E A UMBANDA


Dona Didi e seu filho José Araújo Júnior, 98.
O Centro Espiritualista Irmãos do Caminho foi fundado quando os médiuns umbandistas da Tenda do Caminho resolveram deixar a instituição que havia recebido ordens espirituais de trabalhar apenas na linha kardecista, transformando-se na atual Irradiação Espírita Cristã.

Isto aconteceu aqui em Goiânia, em 1962. As primeiras reuniões do grupo dissidente ocorreram em nossa residência, sendo meu pai - José Araújo - o dirigente do grupo e minha mãe, a principal médium.

Primeira sede do CEIC no Setor Oeste.
Dona Didi foi umbandista por natureza e opção. Tinha profundo conhecimento da doutrina e eu ficava admirada da destreza com que traçava os pontos antes dos trabalhos de cura ou desobsessão, assim que incorporava.

Os guias da Umbanda ou seus espíritos são seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo Jesus. Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são: AUM - BAN - DAN.

AUM significa "A DIVINDADE SUPREMA"

BAN significa "CONJUNTO OU SISTEMA"

DAN significa "REGRA OU LEI".

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa "O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS."

A Umbanda é uma religião natural que segue minuciosos ensinamentos de várias vertentes da humanidade. Ela traz lições de amor e fraternidade sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em seus fundamentos.

A essência, os conceitos básicos da Lei de Umbanda fundamentam-se no seguinte:

Existência de um Deus único. Crença de entidades espirituais em evolução. Crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual.Crença em guias mensageiros e na existência da alma. Crença na prática da mediunidade sob a forma de desenvolvimento espiritual do médium.

Essas são as principais características fundamentais das Leis de Umbanda, uma religião que prega a Paz, a União e a Caridade.

Pretendia escrever este texto no dia 15 de novembro, quando se comemora o dia da Umbanda! Mas continuarei pesquisando e escrevendo a respeito do tema neste blog!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

OITO DE NOVEMBRO


Air e Didi, no CEIC, 1987.

Dia 8 de novembro foi aniversário de Dona Didi e o nosso querido Benedito fez a palestra da tarde no CEIC, citando o nome da fundadora e médium principal da instituição, instrumento de tantas curas no local, durante décadas passadas.

E minha irmã Sonia proferiu algumas palavras, enaltecendo o exemplo materno para conhecimento de todos que já ouviram falar dela, mas não tiveram o privilégio de encontrá-la na presente encarnação.

Tentei lembrar-me de algo de que ela gostaria de compartilhar, mas cheguei à conclusão de que ela deve estar a par de tudo que acontece aqui e que lhe interesse, não envidando esforços para interceder pelo bem de todos que puder!

Filhas: Clélia, Sonia, Regina; Dona Didi, 2001.
Dona Didi comemorou esta data em novembro, durante anos, recebendo o carinho de familiares, irmãos de fé e admiradores a cada ano. Todavia, no final de sua caminhada terrena, ela soube que nasceu em 15 de julho e seus pais adotivos teriam mudado a data em virtude de seu casamento precoce, registrando-a com dezesseis anos em vez de quinze,  na época de seu enlace precoce.

Dona Didi, netinha, nora Terezinha e filho Júnior.
Porém, Dona Didi sentia-se filha do signo de escorpião e preferiu continuar festejando o natalício em novembro. Mas, certamente, aquela mãezona tinha muita influência de câncer também.

Caridade, no vocabulário cristão, significa amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem. Também, benevolência, complacência, compaixão, beneficência, benefício, esmola. 
Dona Didi e filha espiritual, Bené, em 2002.

Jesus propôs-nos algo diferente: o amor em ação, isto é, a caridade tão buscada pelos espíritas, sobretudo. 
Embora a superação do ódio e das mágoas seja algo fundamental em nossa evolução, se nos restringirmos ao simples querer-bem, nosso sentimento estará incompleto. É justamente a sua associação à prática do bem que o completa e consolida.

Filha Celina, Dona Maria, Dona Didi e José Nascimento.
Nesse sentido é que a caridade talvez seja o traço diferenciador mais importante da doutrina cristã, conforme prega o espiritismo. E esta foi a prática constante de Dona Didi que, hoje  homenageamos, pois nesse dia oito, ela teria completado 89 anos de vida terrena ou 90, conforme a data oficial de seu registro.

sábado, 15 de outubro de 2011

INFLUÊNCIAS MATERNAS


Aleixo e Regina no Rio de Janeiro, em 24.08.2011
Eu já disse que mamãe foi presença marcante na vida de todos que a encontraram aqui nesta existência e uma comprovação é a variedade de depoimentos sobre a sua pessoa.

Como sua filha, eu convivi com ela pouco mais de cinco décadas e naturalmente a sua influência em minha vida foi grande.

Várias vezes, eu repito coisas sem pensar e de repente me lembro que estou reprisando as suas colocações.


Minha irmã Celina Araújo é cuidadora como
 sua mãe - Dona Didi!
Mas quando adoeço, sinto bastante a sua falta até hoje. Os filhos têm este hábito: qualquer probleminha precisam compartilhar com a mãe e eu não fui diferente.

Quando adoecia, primeiramente, aceitava as suas receitas e muitas vezes os seus cuidados pessoais. Uma vez pegamos uma gripe da onda, creio que era a asiática. Meu marido, os dois filhos pequenos e eu ficamos muito mal, ninguém conseguia se levantar para ajudar o outro...


Didi, sobrinha baiana Tanit e filha Clélia, 1992.
Mamãe morava no Setor Bueno naquela época e nos levou para a sua casa, armando pequeno acampamento com quatro camas de campanha em sua sala. De hora em hora ingeríamos suco de limão de suas mãos, além dos medicamentos para dor e febre. Sobrevivemos depois de uma semana sob seus cuidados eficientes e amorosos!

Quando tive tuberculose, ela costumava visitar-me às seis horas da matina, antes de ir à creche. Batia no liquidificador Erva Santa Maria e Confrei e me fazia tomar um copázio diariamente.

Didi, Divina e Luzia Pimenta, em meu apto Caimi.
A TB não foi localizada, mas fiz o tratamento da OSEGO por seis meses e não houve um dia sequer que ela deixasse de me perguntar se eu estava tomando a medicação corretamente.

A maioria das pessoas se afastou à época, temendo contágio. As exceções foram minha amiga Divina, minha irmã Celina e mamãe!

Estou curtindo uma gripe há mais de uma semana agora. Quando penso que sarei, a danada me lembra de que ainda está em mim! Ontem não pude comparecer a evento familiar e comecei a suspeitar de dengue...

Nem imaginam como me lembro de Dona Didi nestes momentos...Mas meu marido Aleixo é incansável quando preciso dele – um anjo visível que foi colocado em meu caminho e cuja bênção sempre agradecerei!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CARMA E SUAS IMPLICAÇÕES

NETOS DE DONA DIDI NA CRECHE CASA DO CAMINHO
Há as pessoas que aceitam a as que não aceitam a teoria do carma e a da reencarnação. O termo “carma” é derivado do sânscrito e quer dizer “ato”, “ação” e “reação”, sendo a lei máxima da evolução espiritual. Uma vez que a personalidade-alma tenha executado uma determinada ação, a reação é inevitável.
Segundo a astrologia, o carma, também conhecido como a lei de compensação ou destino de cada personalidade-alma, é determinado pelo modo como é utilizado o livre-arbítrio nesta e nas outras encarnações. Assim como cada personalidade-alma tem seu carma, ela não está livre de viver, ainda, o carma coletivo, que abrange toda a sociedade ou uma determinada região.
Desde o seu nascimento, a criança recebe sua herança cármica. Sua vida já está moldada, porém, a partir do momento que toma consciência dos seus atos é que passa a superar mais os problemas da vida.
Ao compreender a dimensão do amor e do perdão e o efeito de dar e receber, o indivíduo pode, com seus atos, transmutar o seu carma em dharma que é o carma positivo.
A astrologia explica ainda que o nosso destino inclua as escolhas pessoais através do nosso livre-arbítrio. Estamos também sujeitos ás escolhas coletivas como, por exemplo, as escolhas dos nossos governantes.
Para o ser humano viver bem, é preciso que ele consiga expandir a sua consciência e buscar a sua evolução moral e espiritual independentemente de sua denominação religiosa ou filosófica. Assim, quanto mais a gente conseguir praticar a lei do perdão e da tolerância para com o semelhante, mais estará contribuindo para melhorar a própria evolução moral e espiritual. Por isso, devemos fazer as nossas escolhas com mais consciência.
Devemos nos lembrar que o carma pode gerar tanto o positivo como o negativo na vida de uma pessoa, inclusive todas as questões que envolvem a qualidade de sua vida.
Refletindo, se todos nós somos filhos de um único Deus, por que algumas pessoas são mais privilegiadas que outras? Por que uns tem tanto e outros nada possuem? Qual pai daria ao filho uma pedra, quando este lhe pede pão?
Acredito que todas essas diferenças são resultado do nosso livre arbítrio em vida passadas. A nossa vida é moldada de acordo com o nosso carma, os dos nossos associados e entes queridos. E muitas vezes somos impulsionados a repetir comportamentos e situações.
Neste ciclo resgatamos ou reparamos alguma falha, no entanto, podemos repetir os mesmos erros. Há pessoas que enfrentam carma na saúde e há outras que enfrentam os mesmos tipos de problemas nos seus relacionamentos pessoais. Cada um colhe aquilo que semeia.
Dona Didi resgatou carmas durante toda a sua existência física aqui neste orbe. A dádiva de sua mediunidade tão bem desenvolvida foi mais uma oportunidade de resgate pela doação ilimitada do amor caridade.

domingo, 14 de agosto de 2011

DIA DOS PAIS


Regina homenageando seu pai -
Fundador do CEIC - JOSÉ ARAÚJO.
O Dia dos Pais tem origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.

Segundo a história, nos Estados Unidos, Sonora Louise resolveu criar um dia dedicado aos pais em 1909, motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional. Em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais naquele país.

A data desta comemoração varia de acordo com o país, mas muitos seguem a tradição dos Estados Unidos, onde ele é comemorado no terceiro domingo de Junho. Em Portugal o Dia do Pai é comemorado a 19 de Março. No Brasil, é comemorado no segundo domingo de agosto.

Aqui em nosso país, a implementação da data é atribuída ao jornalista Roberto Marinho, para incentivar as vendas do comércio e, por conseguinte, o faturamento de seu jornal. A data escolhida foi o dia de São Joaquim, sendo festejada pela primeira vez no dia 16 de agosto de 1953.

Meu pai José Araújo nasceu em 14 de março de 1906, em Tacaratu, PE, sendo o terceiro filho dos quatorze irmãos. Creio que a família Araújo mudou-se para Goiás no final da década de vinte, logo após a primeira guerra mundial. Meu avô viajava muito e os dois irmãos mais velhos de meu pai - Ulisses e Augusto - foram estudar fora. Assim, meu pai tornou-se arrimo de família, ajudando a minha avó na educação dos demais irmãos.

Papai veio com a família para a nova capital Goiânia, sendo um dos primeiros comerciantes de Goiânia e seu pequeno caminhão, o pioneiro a rodar na cidade. Seu cunhado e maior amigo foi o primeiro prefeito da cidade – Venerando Freitas Borges.

Meu pai casou-se com minha mãe em 11 de dezembro de 1937. Tiveram 07 filhos, vários netos e bisnetos, mas José Araújo faleceu prematuramente, em 1967, no mesmo ano do passamento de meus avós paternos.

Papai foi homem íntegro, honesto, equilibrado, conservador e exemplo para toda a família. Era cristão, idealista, leitor assíduo e espírita, tornando-se responsável por inúmeras obras assistenciais.


Sou muito grata pela educação que ele proporcionou aos filhos e a todos aqueles a quem acolheu.

sábado, 6 de agosto de 2011

AVÓ DE PRIMEIRA VIAGEM

Dona Didi deve estar orgulhosa da performance de sua filha Clélia, avó de primeira viagem! Os bisnetos gêmeos nasceram em Sampa, em 30 de julho. Compartilho o  glorioso desabafo de minha irmã - Clélia!


From: Clelia Araujo
To: Regina Araujo

Sent: Saturday, August 06, 2011 12:12 PM

Subject: Vó de primeira viagem


 Oi, Regi!
Clélia é a terceira filha de Dona Didi e agora avó!


Anteontem, meu neto  - Breno Gustavo -  recebeu alta da maternidade. Patty tinha saído no dia anterior e, então, na primeira noite ela e Gu dormiram lá na Tatinha porque a Pro Matre fica lá na região da Paulista. Quando o garoto recebeu alta, queríamos que eles continuassem lá porque ela tinha que ficar indo amamentar a Ana Júlia e a distância daqui da casa deles é enorme. Impossível ir e voltar para atender as duas crianças. Mas, o apê da Tata é muito pequeno e como aqui já estava montada a estrutura necessária para acolher os bebês, viemos para cá.


Então, ontem de manhã, ela amamentou o Breninho de manhã e foi embora pra maternidade. A prioridade é a Ana Júlia, que ainda estava na UTI. E esta avó, aparentando a maior segurança do mundo, ficou só com o garotinho. Ela tinha contratado uma senhora pra ajudante, mas a coitada é tipo a Maria, estabanada e inexperiente (em questões de crianças), então, coitada, não conseguiu me ajudar. Foi bom que ela fez a limpeza da casa, passou e lavou algumas roupas.


Osmais jovens  bisnetos de Dona Didi - Breno Gustavo e Ana Júlia.-
Mas, o único problema foi na hora do banho: como aqui não tem espaço pra usar aquelas banheirinhas modernas, a Tarsila tinha comprado aquelas normais, que vc coloca em cima da armação, na hora do banho. Resolvi dar o banho em cima da cama mesmo e pedi a ela pra lavar e passar álcool gel na banheira. E esquentar a água. Ela trouxe a banheira e despejou a água, enquanto eu limpava o Breno, que tinha feito cocô.


A essas alturas, ele estava berrando porque tava morrendo de frio, tadinho...a temperatura aqui está baixa e mesmo dentro do quarto todo fechado, vc pode imaginar o frio que ele estava sentindo...quando coloquei ele na banheira, vi que a água estava pouca e só então percebi que ela não tinha tampado o buraco de esvaziar a banheira.


Pra resumir, tive que dar um banho à jato, inclinando a banheira para aproveitar o pouco que restou da água. E o Breno Gustavo berrando...tadinho...começou a soluçar e só parou quando eu coloquei a roupinha nele...Ele é bonzinho, acho que vai ser igual ao pai. Dei a mamadeirinha e ele mamou na maior tranquilidade e adormeceu em seguida. Na verdade, ele não deu trabalho nenhum, mas como eu estava preocupada e tensa, devido ao fato dele ser tão pequeno e prematuro, qualquer mexida dele e choro me preocupava. Não tive coragem nem de tomar banho ou descer pra ver TV. Ele é muito pequenininho, nasceu com 2,160 e perdeu peso na primeira semana, como é normal...Então, vc pode imaginar o tamaninho. Chorou muito pouco durante o dia, mas depois do sufoco do banho, as demais mamadas e trocadas foram tranquilas.


Os pais só chegaram depois das 22 horas, porque Patty teve que amamentar a Ana Júlia à noite. Eu estava morta, mas feliz! A emoção de cuidar do Breno Gustavo foi incrível, particularmente por causa daquela impressão sobre a qual lhe falei. Tomei um banho depois que eles chegaram e não aguentei nem assistir o jornal da Globo, apaguei no sofá. Hoje, a Patty resolveu ficar aqui de manhã pra amamentar um pouco o filho e depois do almoço vai pra Maternidade cuidar da Ana Júlia. Então, meu turno hoje vai ser menor...hehehe.


Mais tarde, tem Goiás X Vila. Acho que vou descer com ele pra assistirmos ao jogo juntos e ele começar a sentir a emoção de ser esmeraldino...Tomara que o Goiás ganhe...


Beijo, Clélia.


terça-feira, 26 de julho de 2011

CARTA DE THALÍZIA À IRMÃ DIDI

Maria de Lourdes, Ricardo Abrahão,  Dona Thalízia,
Pamela e Fernado Reis, junho de 2011.
  Goiânia, 21 de julho de 2011.
Irmã Didi

Macabeus, o profeta, diz que não existe pensamento mais nobre e sublime do que a oração pelos que partiram! É como uma consciência despertada. Quão felizes somos quando Ele, o Nosso Pai Jesus, nos convida a entregarmos o nosso corpo em Suas Mãos. Ele Mesmo retirará do corpo  as partes psíquicas pertencentes à alma e, assim,  espírito, alma e corpo se apresentam no Além numa forma humana perfeita, e o espírito por sua vez conduzirá a alma à sua bem-aventurança.
Aqui, vivemos no mundo de Deus, desfrutando grandiosamente de Suas Bênçãos. No Além, viveremos no nosso próprio mundo, ou seja, das nossas Idéias,Pensamentos, Vontade e Amor.    Não disse Jesus: -“Sois Deuses”? – portanto, “criadores como Eu!

Didi, filhas Regina e Celina, neta Paulinha, no
Natal de 1993.
Já vistes tudo, com certeza, porque, hoje, aí estás prosseguindo nas tuas tarefas, uma vez que o Além é um labor constante. Faço votos de que mantenhas aquela atividade com teus afins, pois as conquistas individuais pertencem a todos de mentes unificadas,  e os nosso pensamentos se transformam em quadros perfeitos. Daí a advertência de Paulo:  “ -  Renovai-vos pela mente!” Você já viu que tudo que a rodeia é criação surgida de seu próprio coração, certo? Certíssimo, assim nos diz o nosso Santo Pai Jesus!   
Oxalá,  iniciássemos o nosso mundo ainda aqui, com as nossas boas obras e amor desinteressados. Vida,  minha irmã, só existe no Pai, por isso Jesus disse: -“ Só o Pai é Bom!” – Referindo-Se  ao Seu Amor! Luz ou Sabedoria – é o Filho! Força e Poder – o Espírito Santo! Que o Pai a abençoe!
Sua amiga Thalyzia.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

FAMÍLIA TRAPO


José Araújo, na década de quarenta,
chefe da Família Araújo, em Goiânia.
Papai costumava dizer que nós éramos a Família Trapo. José Araújo se referia a uma família de cantores que se tornou famosa no mundo e que nós todos conhecemos por meio de filme americano bem popular na época.

Von Trapp é o nome da família de cantores austríacos, cuja história foi contada em livro pela matriarca Maria Von Trapp. O livro inspirou o filme The Sound of Music que os tornou imensamente populares em todo o mundo.

Maria e o Comandante Naval Georg Von Trapp casaram-se em 1927, depois de ela ser convidada pelo capitão para deixar o convento onde ela estudava teologia e era uma noviça, tornando-se a sua governanta. Georg tinha sete filhos e era viúvo.

Didi, neto Otávio e primeiro bisneto Frederico, dez.93.
Em 1935, Georg perde sua fortuna com a falência do banco austríaco onde estava depositada toda a fortuna da família e para sobreviver ele começa a cantar profissionalmente junto com sua família.

Após se apresentarem num festival de música, o sucesso fez com que começassem a cantar em turnês pelo país. Após a anexação da Áustria pela Alemanha nazista em 1938, o antinazista George fugiu com a família, pelos Alpes, para a Itália e de lá para os Estados Unidos, enquanto a mansão onde moravam em Salzburgo se tornava o quartel-general da SS de Heinrich Himmler.


Cinco primeiros componentes da Fábia Trapo, 1958.
Chamando a si mesmos de Cantores da Família Trapp, agora com dez crianças em vez de sete, três deles filhos de Maria e Georg, os Von Trapp passaram a guerra se apresentando em concertos por todos os EUA e depois pelo mundo.

Após a guerra, eles fundaram a Trapp Family Austrian Relief Inc., uma entidade criada para enviar toneladas de roupas e comida ao povo austríaco afundado na pobreza e na fome do pós-guerra.

Georg Von Trapp morreu de câncer em 1947 e alguns anos depois a família se separou e Maria e dois de seus filhos foram ser missionários no Pacífico Sul. Ela voltou aos Estados Unidos depois de algum tempo e morreu em 1987 em Vermont, aos 82 anos, local onde haviam se instalado desde a fuga da Europa.


 Gêmeas Maria Celina e Maria Luiza Araújo, duas
 últimas componentes da nossa família Trapo, 65.
O livro escrito por Maria nos anos 50, The Sound of Music, virou um grande best-seller e foi tornou-se um grande sucesso musical nos palcos na Broadway.

Depois, o filme foi levado ao cinema e, com a atriz Julie Andrews fazendo seu papel, foi um dos maiores sucessos cinematográficos de todos os tempos, faturando cerca de Um bilhão de dólares em moeda atual apenas nos EUA.

Entretanto, como Maria havia vendido os direitos de filmagem por apenas dez mil dólares, a família Von Trapp não pôde se beneficiar do enorme sucesso comercial do filme.

Didi, genros Alvaro e Luis, filhas Regina, Celina, Clélia
e Sonia , filho Júnior e nora Terezinha, em agosto de 1995.
Papai tinha grande sensibilidade musical. Apesar de não cantar ou tocar qualquer instrumento, ele e mamãe nos incentivavam a estudar música, sempre repetindo que ela educa o nosso espírito.


Marco, Clélia e eu estudamos piano. Sonia chegou a ganhar um acordeom. Depois papai perdeu o emprego na Wallig, sua enfermidade foi se agravando com o tempo e a nossa vida financeira ficou mais difícil. Nosso piano foi vendido após a sua morte.

Didi, Tanit e Clélia, em Goiânia, junho de 1992.
Todavia, o único com verdadeiro talento musical é nosso irmão mais velho – Marco Antonio que reside em Ribeirão Preto com a família. Desde pequeno ele toca qualquer instrumento apenas de ouvido!

Mamãe gostava muito de cantar e tudo que canto aprendi com ela, em nossas pequenas viagens de carro, nos finais de semana, ou ajudando-a a fazer as gêmeas dormirem. Dona Didi era bastante afinada, mas quando se esquecia da letra musical, inventava outra frase e não perdia o tom! Ainda faço o mesmo e tenho que ter cuidado nos hinos que entoamos no CEIC.

Família de cantores austríacos que conhecíamos pelos filmes na década de cinquenta.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

CARTA PARA MINHA AVÓ



Flávia com vovò Didi e tia Clélia na infância.
Avó querida,

Que saudades tenho dos momentos em que convivemos e também de tantos outros em que não foi possível a nossa troca.

Sei que na lei da vida não há incorreções, mas tão bom seria se, no outono da vida, os sábios estivessem em sua melhor performance para nos orientar, ensinar, surpreender com as lições aprendidas em milhares de horas vividas.
Flávia e sua mãe - Sonia Araujo, 2005.
Ao mesmo tempo, entendo que, como Jesus nos ensinava em parábolas, fica o exemplo da retidão em que vivestes para nos ensinar. Há de haver de nossa parte ao menos o exercício da interpretação para que haja a real experiência da idéia.

Parece-me estar o mistério da existência na simplicidade, e simples ser o amor. Não conheço pessoa que tenha amado a tantos. Amor voluntário e infindável.

Sonia e Flávia, em Buenos Aires, 2005.
Cumpristes seu papel de filha, irmã, esposa, mãe, avó e bisavó, mas cumpristes ainda outros, muito além do esperado, entregastes muito mais. Fostes cidadã, oferecendo inúmeras vezes seus momentos de lazer ao trabalho em prol da comunidade, do todo.

Agradeço à espiritualidade por ter tido a honra de ser sua neta.

Beijos saudosos.

Flávia Araujo Moura

terça-feira, 5 de julho de 2011

CARTÕES DA DONA DIDI

Sonia, filha de Dona Didi, com
suas afilhadas no Natal da Creche.
Oi, Regi, tinha escrito um texto grande sobre a mamãe, mas esqueci de salvar... Então, vou tentar resumir o que tinha escrito...

Mamãe gostava muito de escrever... Costumava enviar cartões postais de suas viagens, para os filhos, netos e amigos. Às vezes, eu me pergunto se a internet veio pra unir ou pra afastar as pessoas...

A internet facilitou, agilizou a comunicação, mas, no que diz respeito ao emocional, evita que nós tenhamos a sensação de “ser” para alguém, porque quando enviamos um cartão, escrito de próprio punho, quem o recebe, sabe que quem o enviou teve que escolher um envelope, o cartão, ir ao correio, expor seus sentimentos, escrevendo-o. E que sensação gostosa quando recebemos uma carta ou um postal!

Celina e Sonia, filhas da Dona Didi, 2011.
Já com a internet, quase sempre, reenviamos mensagens recebidas, sem nem ao menos trocarmos sequer uma palavra com as pessoas...

Ano passado, fiz uma experiência: enviei cartões de Natal para algumas pessoas queridas as quais não via há algum tempo. Foi incrível! Quase todas me ligaram pra agradecer a lembrança e algumas estreitaram mais os laços de amizade. Gostei da experiência e este ano, enviarei muitos mais!

Guardo muitos cartões enviados pela mamãe. Este que escaniei é um deles.



Cartão  de Dona Didi, enviado à sua filha Sonia, em 1998.
Que tal voltarmos a escrever para as pessoas?

Bjim, Sonia.